O nascimento de Theo - no Recife, na noite de quinta-feira (5) - marca uma decisão inédita no Brasil. Pela primeira vez, um homem terá direito a uma licença paternidade de seis meses, mesmo período que é oferecido para a licença maternidade. Os homens, no Brasil, podem ficar apenas cinco dias cuidando dos filhos quando nascem. Os pais de Theo - Mailton e Wilson Alves Albuquerque, enfermeiro e empresário, respectivamente - já haviam conseguido outra decisão inédita no país: colocar o nome dos dois pais na certidão de nascimento da primeira filha, Maria Tereza, há dois anos.
A licença de Mailton, que é funcionário público, foi autorizada por meio de um processo administrativo na Prefeitura do Recife , feito através da Secretaria de Assuntos Jurídicos. “Eu sempre acreditei que, ao solicitar a licença paternidade, a Prefeitura iria ceder, porém, pra minha surpresa, o direito foi assegurado de forma administrativa, não precisei recorrer e colocar um advogado. É fundamental para um recém-nascido, nos primeiros seis meses, o contato e o convívio constante para ele ter como referência quem é o pai”, comenta o enfermeiro.
O direito que foi conquistado por Mailton e Wilson abre caminho para que outras organizações familiares possam surgir, independente da opção sexual ou identidade de gênero dos pais. “Se nós queremos ter filhos, vamos tê-los. Não somente os casais homoafetivos, mas o homem solteiro, a mulher solteira, eles podem ter esse direito garantido”, fala Wilson. “Agora nossa família está completa”, confirma Mailton.