terça-feira, 28 de agosto de 2012

Menina cristã acusada de blasfêmia no Paquistão pode ser analfabeta

A jovem cristã paquistanesa acusada de blasfêmia por ter queimado papéis que continuam versículos do Alcorão tem 14 anos e "parece analfabeta" e com atraso mental, afirmou um relatório médico obtido nesta terça-feira pela AFP. Rimsha foi detida no dia 16 de agosto em Mehrabad, um bairro popular periférico de Islamabad, acusada por muçulmanos de ter queimado páginas de um manual que contém versículos do Alcorão em árabe.

Seu advogado, que não se pronunciou sobre os incidentes, afirma que sua cliente não tem mais que 13 ou 14 anos. Outras vozes que surgiram em sua defesa afirmam que não sabe ler ou que possui Síndrome de Down, e, portanto, não pode ser considerada responsável pelo que é acusada.
Um grupo de médicos examinou na segunda-feira a jovem para determinar sua idade, desconhecida pela falta de documentos de identidade. Seus defensores estimavam que poderia ter 11 anos, enquanto a polícia falava de 16 anos.

Segundo o relatório redigido por estes médicos, do qual a AFP obteve uma cópia, Rimsha, por seu tamanho, peso e dentição, tem "cerca de 14 anos". "Parece analfabeta e sua idade mental parece ser inferior a sua idade física", afirma o documento.

Neste país de 180 milhões de habitantes, dos quais 97% são muçulmanos e onde vivem três milhões de cristãos, insultar o profeta Maomé é punível com a pena de morte, enquanto queimar um versículo do Alcorão pode levar à prisão perpétua, em virtude da lei sobre a blasfêmia.

Os partidos religiosos defendem ao extremo este texto, contestado, no entanto, pelos liberais, que, assim como alguns países ocidentais, lamentam sua utilização para resolver conflitos pessoais.

As autoridades locais e o Ocidente, em particular Estados Unidos, França e o Vaticano, acompanham de perto o caso de Rimsha.

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