O caso da menina cristã Rimsha, acusada no Paquistão de profanar o Alcorão, tem uma reviravolta. Foi descoberto pelas autoridades que um imã (sacerdote muçulmano) teria forjado provas contra a menina para que ela e os cristãos serem expulsos do bairro.
O imã que acusou de blasfêmia a adolescente cristã Rimsha foi detido pela polícia, que suspeita que o religioso tenha falsificado provas, informaram fontes dos serviços de segurança do Paquistão.
Rimsha, que vive em um bairro pobre de Mehrabad, nas proximidades de Islamabad, está detida há mais de duas semanas por ter, segundo denúncias de vizinhos, queimado algumas páginas do livro “Noorani Qa¯da”, um manual de introdução ao islã para crianças que contém versículos do Alcorão.
No sábado, um juiz paquistanês decidiu adiar para segunda-feira a audiência prevista para decidir sobre a libertação condicional da jovem Rimsha porque existiam dúvidas sobre a validade dos documentos apresentados ao tribunal.
“O imã (Khalid Chishti) foi preso depois que seu vice, Maulvi Zubair, e outras duas pessoas terem afirmado a um magistrado que ele colocou páginas do Alcorão entre as páginas queimadas trazidas a ele por uma testemunha”, disse o investigador Munin Hussain Jaffri.
Segundo Jaffri, o imã teria dito que “vocês sabem que esta é a única forma de expulsar os cristãos dessa área”.
“Ao colocar essas páginas nas cinzas, ele também cometeu profanação do sagrado Alcorão e ele está sendo acusado de blasfêmia”, disse.
O caso provocou indignação da comunidade internacional. No início da semana, um tribunal estendeu a detenção de Rimsha para mais duas semanas em um presídio de segurança máxima.
Segundo a rede britânica BBC, o pai da garota disse que teme pela vida de sua filha e pela segurança de sua família. Ele pediu para que o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, perdoasse Rimsha.
Os pais de Rimsha foram levados sob custódia devido a ameaças e muitas famílias cristãs deixaram o bairro, temendo represálias.
Com informação BBC – via IG/Mundo – vídeo Euronews
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