segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A Igreja Ortodoxa Copta do Egito ganhou neste domingo(4) seu novo patriarca, o bispo Tawadros

A Igreja Ortodoxa Copta do Egito elegeu neste domingo seu novo patriarca, o bispo Tawadros, de 60 anos, em uma catedral do Cairo completamente lotada.

Durante uma cerimônia marcada por um protocolo solene e que é considerada o reflexo da escolha divina, um menino, de olhos vendados, sorteou entre os três nomes que desejavam o posto de 118º patriarca. Ele retirou de um cálice de vidro o nome do vencedor.

O bispo Pacomius, líder interino de igreja cristã, anunciou que o escolhido era o bispo Tawadros. Em seguida mostrou os papéis com os nomes dos outros candidatos.A multidão aplaudiu e aclamou a escola, enquanto os sinos de todo o país ressoavam para celebrar a notícia.

A cerimônia da comunidade cristã mais importante no Oriente Médio aconteceu na catedral de São Marcos no Cairo, sede da igreja. O patriarca Shenuda III faleceu no mês de março aos 88 anos.

O bispo Tawadros assumirá a liderança copta em 18 de novembro.

Tawadros, considerado próximo Pacomius, estudou Farmacologia em Alexandria antes de virar monge em 1988 e ser nomeado bispo em 1997. Atualmente é a principal autoridade da diocese de Beheira, no delta do Nilo. É considerado partidário de uma igreja que não interfere em assuntos políticos.

Além de Tawadros, outros dois candidatos haviam sido pré-selecionados para a disputa em 29 de outubro: o bispo Rafael, 54 anos, e um monge, o padre Rafael Ava Mina, de 70 anos.

A eleição final ficou nas mãos de de um menino durante a cerimônia deste domingo, chamada de "sorteio do altar".

Confiar a escolha final a uma criança aconteceu no passado, foi interrompido e retomado em 1957, ano em que o processo foi codificado. O método foi aplicado duas vezes (Cirilo VI em 1959 e Shenuda III em 1971), explicou à AFP o bispo Marcos de Shubra el-Jeima, ao norte do Cairo.

A intervenção da criança para o sorteio deve representar uma tradução da vontade divina.

A morte de Shenuda III após quatro décadas no comando da igreja copta deixou a comunidade inquieta em um país que, em junho, elegeu um presidente do poderoso movimento Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi.

O próximo patriarca será o principal interlocutor da comunidade ante o presidente islamita, que prometeu ser o "presidente de todos os egípcios".

Os coptas representam de 6% a 10% dos 83 milhões de egípcios, que em sua grande maioria são muçulmanos sunitas. Sua igreja é uma das mais antigas do cristianismo e a presença no Egito remonta a vários séculos antes da chegada do islã.

Fonte:DP

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