quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Milícia líbia promete entregar ao governo 12 gays presos em festa

A brigada líbia de Nawasi, um dos principais grupos milicianos de Trípoli, prometeu nesta quarta-feira entregar ao Ministério da Justiça doze homens supostamente homossexuais presos na semana passada. De acordo com o jornal "Lybia Herald", o grupo foi detido em uma festa no distrito Ain Zara, após reclamações de vizinhos sobre música alta. Fotos dos prisioneiros foram divulgadas no Facebook da milícia, onde diversos internautas sugeriram a execução do grupo, criando temores em ativistas.

Apesar da ameaça, uma fonte da brigada, que não quis ser identificada, disse ao "Lybia Herald" que o assassinato dos prisioneiros está fora de questão e que todos serão entregues ao Ministério da Justiça líbio ainda esta semana.
"A execução nunca vai acontecer - disse o membro da brigada. - Nós vamos entregá-los ao Ministério da Justiça", afirmou.

A fonte também assegurou que o fato dos homens serem supostamente homossexuais não foi o principal motivo da detenção, mas sim a música alta que estava incomodando os vizinhos e a grande quantidade de drogas e de álcool achados em buscas no local.

"Esses homens não são heterossexuais, mas essa não é a razão principal por terem sido presos. O fator mais importante foi o barulho alto que eles estavam fazendo, junto com as grandes quantidades de álcool e de haxixe achados por nossas buscas", disse.

Sobre as ameaças feitas no Facebook, o miliciano argumentou que a brigada não tem um escritório de comunicação e que não houve como controlar os comentários feitos pelos internautas. Na manhã de terça-feira, o post com a foto dos prisioneiros tinha sido curtido por 315 pessoas, seguido com uma série de comentários como "chicoteiem eles com força", "queremos ver as balas" e "montem eles como camelos".

Nesta quarta-feira, a página da milícia foi deletada para evitar a polêmica. O Ministério da Justiça não quis comentar o assunto ao "Lybia Herald". A milícia Nawasi é uma das mais poderosas de Trípoli e está sob a administração do Ministério do Interior.

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