Veja vídeo que mostra a violenta ação da Polícia Militar e do Batalhão de Choque para conter os protestos dos trabalhadores quarta-feira na Refinaria Abreu e Lima, em Suape. As imagens mostram a mobilização dos funcionários e depois a intervenção dos policiais com bombas de efeito moral e balas de borracha, que feriram os operários.
Um carpinteiro que trabalha há dois anos exercendo a função no Complexo Industrial Portuário de Suape ganha R$ 950, enquanto que um colega de profissão, que também trabalha na Refinaria Abreu e Lima, recebe R$ 1.400. Esta diferença salarial foi o que levou cerca de 15 mil trabalhadores a bloquearem por quase uma hora a PE-60. Eles entraram em confronto com o Batalhão de Choque, quebraram caminhões e decidiram, em assembleia encerrada por volta das 7h30 de ontem, paralisar todas as atividades da refinaria e Petroquímica Suape até a próxima segunda-feira, quando haverá nova reunião.
Na explicação dos operários, a reivindicação foi uma consequência do descumprimento de um acordo coletivo celebrado no dia 1º de agosto, que prevê equiparação salarial para todas as funções. Cálculos do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintepav-PE) indicam que a diferença de salários entre trabalhadores na mesma função chega a 40%, dependendo da empresa. Segundo eles, tem encanador industrial que ganha R$ 1.950 na PQS e outros, na mesma função, recebendo R$ 2.360 na Rnest. Mas aí está o problema. Enquanto o Sintepav quer equiparar os salários pelas maiores remunerações, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) fez uma média ponderada e ofereceu uma proposta como um meio-termo.
Pouco antes da assembleia de ontem, às 6h, o clima já estava tenso em Suape. A primeira ação dos grevistas foi impedir a passagens de ônibus com trabalhadores da refinaria pela PE-60. Os coletivos foram obrigados a parar e seus passageiros a descer. Uma hora depois houve confronto entre os grevistas e a polícia. A confusão ocorreu quando membros do sindicato caminharam em direção à refinaria para que os trabalhadores que se encontravam lá fossem liberados para participar da assembleia. Cerca de 30 soldados da Polícia Militar e outros 30 do Batalhão de Choque intervieram com bombas de efeito moral e balas de borracha. Alguns funcionários foram feridos. Isso acirrou os ânimos e, às 7h30, quando a assembleia foi iniciada, todos votaram pela continuidade da paralisação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário