quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ESTUDO DA E.B.D LIÇÃO 09 "ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO"

Aula prévia referente da Lição 09 "ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO"
do 1º Trim. 2013. Para preparação dos Professores e Alunos da E.B.D
Ev. Dr.Caramuru Afonso Francisco
Assembléia de Deus - Belém/SP

ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO
Texto Áureo: Mt. 17.2,3 – Leitura Bíblica: Mt. 17.1-8

INTRODUÇÃO: A transfiguração de Cristo, no Monte, é um dos textos que revela a glória do Senhor, antes mesmo da Sua morte e ressurreição. Na lição de hoje enfatizaremos esse importante episódios registrado nas páginas dos evangelhos. Inicialmente trataremos a respeito do evento propriamente dito, em seguida, a representação de Moisés e Elias em tal contexto, e ao final, refletiremos sobre a condição de cada crente após a transfiguração de Cristo.




1. A TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS
A transfiguração de Jesus foi um evento particular (com alguns discípulos) e histórico (em tempo determinado), pois “seis dias depois”, Jesus tomou consigo “Pedro, Tiago e a João”, e os conduziu a um monte alto (Mt. 17.1). Esses apóstolos eram os mais próximos de Jesus (Lc. 6.12). Eles foram chamados, naquela circunstância, com o propósito específico de serem testemunhas oculares (Mc. 14.33). O monte, ao que tudo indica, se tratava do Tabor, situado cerca de 16 quilômetros de Cafarnaum. Mateus diz que “foi transfigurado diante deles”, e que seu rosto “resplandeceu como o sol” (Mt. 17.2). Suas vestes também foram modificadas, se tornaram “brancas como a luz”. Jesus, enquanto participante da glória divina, fez raiar essa luz. Esse momento glorioso antecipou, no plano escatológico, a glória que nEle haverá de ser revelada (Jo. 12.16,23; 17.5,22-24; II Co. 3.18; Mt. 13.43). Há quatro aspectos revelados naquele episódio: 1) a glória de Jesus – a palavra traduzida por transfiguração em português é metamorfose, que significa uma mudança exterior, proveniente do interior. Do interior de Jesus irradiou uma luz, ressaltando, assim, Sua glória essencial (Hb. 1.3). Esse acontecimento serviria para fortalecer a fé dos discípulos, o próprio Pedro confessou que Jesus era o Cristo, após aquele momento (Jo. 11.40); 2) a glória do Reino de Jesus – a transfiguração demonstrou a glória do Reino que está por vir (Mt. 16.28), cujo cumprimento visível se dará por ocasião do Milênio (Ap. 19). Após o arrebatamento da igreja (I Ts. 4.13-17), haverá a Tribulação, que terá fim quando Cristo vier em glória, como Rei dos reis e Senhor dos senhores; 3) a glória da cruz de Jesus – sofrimento e glória não são incompatíveis, Pedro aprendeu essa lição, e a registrou em sua epístola (I Pe. 1.6-8,11; 4.12). A morte de Jesus não foi uma derrota, mas uma conquista, não no plano político, mas espiritual, libertando as pessoas do sistema mundano (Gl. 1.4), do desespero (I Pe. 1.18) e da iniquidade (Tt. 2.14); e 4) a glória de sua submissão – aquele foi um ato de entrega, no qual Jesus deu o exemplo aos discípulos de que estava disposto a desfazer-se da glória para acatar o sofrimento. Aquela realidade inquietou os discípulos, principalmente a Pedro, que se negou a aceitá-la (Mt. 16.22).

2. MOISÉS E ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO
A presença de Moisés e Elias, durante a transfiguração de Cristo, tem um significado. Mateus diz que “apareceram Moisés e Elias, falando com ele (Mt. 17.3). A visão possibilitou que os discípulos reconhecessem aqueles dois personagens como Moisés e Elias. Moisés representava a autoridade da Lei, é um símbolo do judaísmo, associado à vinda do Messias. Elias representava os profetas, sendo um dos maiores entre eles, confirmando, assim, a atuação messiânica de Jesus na terra. Moisés e Elias revelaram a aprovação do Pai em relação à missão de Jesus. O aparecimento daquelas duas figuras aponta para a aprovação do Pai do ministério messiânico de Jesus (Mt. 17.5). Aquele foi um momento aprazível para os discípulos, que foram levados a perceberem a transitoriedade daquela circunstância. Isso serve de lição para muitos cristãos nos dias de hoje. Eles pensam que estão debaixo da transfiguração de Jesus, por isso, esquecem-se da cruz. Como os discípulos, acham que é muito bom está ali, sem atentar para a missão a ser desempenhada na terra (Mt. 17.4). Há igrejas que se acomodam demasiadamente, a glória do templo os impede de saírem para libertar os cativos. Como Pedro, gostariam de ficar diante do Cristo transfigurado, querem construir “três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias”.

3. APÓS O CRISTO TRANSFIGURADO
Certamente aquele foi um dos maiores momentos testemunhados por aqueles discípulos, e que os marcariam permanentemente. Mas eles não conseguiram compreender o significado daquela revelação. Talvez pensassem que se tratava da glorificação plena de Cristo, que aconteceria depois da ressurreição. Esse continua sendo um problema para a igreja desses dias. A teologia da glória tem recebido ênfase demasiada em detrimento da teologia da cruz. Alguns crentes parecem que estão vivendo já no reino milenial de Cristo. Não querem mais adoecer e pensam que estão isentos do sofrimento, querem apenas a plena prosperidade. É preciso destacar que estamos na condição do “ainda não”, o “já” está na dimensão do espiritual. É bem verdade que curas existem, e que não é proibido desfrutar de benção materiais. Mas elas não podem retirar o foco da glória que em nós haverá de ser revelada. Enquanto esse dia não chegar, tenhamos a consciência de que não podemos ficar no “monte da transfiguração”. O mundo nos espera, as palavras de Moisés e Elias nos impressionam, mas estão subordinadas ás palavras de Cristo (Mt. 17.5; Gl. 1.8,9; Hb. 1.1,2). Ele mesmo levantou os discípulos, dizendo que não tivessem medo. Moisés e Elias desapareceram, diante deles estava apenas Cristo, não mais transfigurado (Mt. 17.8). O sofrimento da cruz o aguardava, e também a do discipulado, que caracteriza aqueles que seguem a Cristo (Mt. 16.24).

CONCLUSÃO
Após descerem do monte Jesus orientou aos discípulos para que nada dissessem até que Ele mesmo ressuscitasse (Mt. 17.9) e fez a exegese de um texto do Antigo Testamento, mostrando que o Elias que haveria de vir na verdade era João Batista, (Mt. 17.11). Não que João Batista fosse a reencarnação de Elias, mas um antítipo, isto é, o cumprimento de um tipo. Quando chegaram à multidão, aproximou-se de Jesus um homem, implorando para que libertasse seu filho oprimido (Mt. 17.15). Eis aqui a missão da igreja, não pode fugir da sua responsabilidade, pois ainda não chegou a hora da sua plena transfiguração (I Co. 15.54).

BIBLIOGRAFIA
GETZ. G. Elias: um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

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