quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Novo exame psiquiátrico para filho que matou a mulher e o Bispo nacional da Igreja Anglicana

A Justiça determinou que um novo exame psiquiátrico seja realizado com Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 29 anos, acusado de assassinar os pais, o bispo e líder nacional da Igreja Anglicana Edward Robinson de Barros Cavalcanti, 67, e da mulher, a aposentada Mirian Nunes Machado Cotias Cavalcanti, 64. A decisão acontece às vésperas de completar um ano do crime.

No mês passado, um laudo do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) apontou que ele era inimputável, ou seja, não tinha consciência do crime que cometeu. O Ministério Público de Pernambuco fez questionamentos à perícia. Após análise, a juíza da Comarca de Olinda, Maria Segunda Gomes de Lima, decidiu solicitar o novo exame. Se o resultado for ratificado, ela decidirá decidir por aplicar apenas uma medida de segurança, que, na prática, exige que ele passe até três anos internado no HCTP. Depois disso, ele estará livre.

O laudo informa que ele é portador de um transtorno de personalidade e se encontra num quadro de depressão. “O estado mental oferece perigo à sociedade. O uso de toxinas comprometeu a sua capacidade de entendimento e autodeterminação”, diz o texto. Em outro trecho, que discute o momento do assassinato dos pais dele, o laudo explica que ele é doente mental em decorrência de uso de entorpecentes químicos e que “era incapaz de entender o caráter ilícito dos fatos”. Ao final, é apontada a inimputabilidade do acusado.Memória

Eduardo assassinou os pais poucos dias após voltar dos Estados Unidos, onde viveu por 13 anos. Aos 16, querendo abandonar os estudos, foi enviado para a casa dos tios. Lá, teria se revoltado por se sentir abandonado pelo bispo e pela mãe e entrou para o vício das drogas. Em 26 de fevereiro de 2012, o jovem foi visto na frente de casa amolando uma faca, o que chamou a atenção dos moradores, em Jardim Fragoso, Olinda.

Teria ainda bebido e consumido cocaína excessivamente, segundo laudo do Hospital da Restauração. À noite, acompanhou os pais até a igreja, onde foi apresentado a todos como um filho querido. Ao chegar em casa, trancou todas as portas e iniciou uma discussão com o pai - o primeiro a ser esfaqueado.

A mãe tentou intervir, mas também foi vítima da fúria de um filho revoltado, que ainda teria tentado se matar. No inquérito policial consta ainda que Eduardo tinha um plano de assassinatos em série no Brasil. Uma lista de até dez pessoas, cujos nomes nunca foram revelados. Depois dos crimes, ele pretendia voltar ilegalmente para os Estados Unidos, entrando pelo México.

No dia do crime, o acusado chegou a comentar com uma testemunha que não gostava do pai por tê-lo “abandonado” em outro país. Nos autos do processo, ainda há informações de que Eduardo praticava crimes nos Estados Unidos, inclusive seria integrante de uma facção criminosa. Fonte:DP

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