"Mãe de Eliza Samudio desembarca em BH e espera que Bruno quebre o silêncio"
Sônia chegou a Belo Horizonte em companhia de sua advogada, Maria Lúcia Borges. A esperança da mãe de Eliza é que o goleiro conte aonde está o corpo e dê detalhes sobre o crime. “Gostaria de mandar um recado para o Bruno quebrar o silêncio dele. É um direito meu e de meu neto saber o que foi feito com o corpo dela. Ele mandou fazer e é o único que poderia ter evitado tudo isso”, disse emocionada.
A agricultora conta que está ansiosa para o julgamento, mas que os últimos dias estão sendo difíceis para ela. “São quase três anos que espero isso. É muito difícil para mim esse julgamento por ele ser pai do meu neto e o assassino de minha filha”, desabafou. Ela ficará hospedada em um hotel da capital e espera participar de todos os dias do julgamento. Sônia também demonstrou a vontade de conversar com o Bruno. Isso dentro do fórum de Contagem, onde vai acontecer o julgamento, e caso a juíza Marixa Rodrigues autorize.
Para a advogada de Sônia, a condenação do atleta é quase certa. “A situação do Bruno está cada dia mais complicada. Não acredito em nenhum momento que a defesa possa conseguir amenizar a situação dele”, diz Maria Borges. Em relação a uma possível estratégia da defesa para diminuir a pena do goleiro, ela é enfática. “Não acredito que ele vai confessar. Outros réus podem abrir a boca, ele não”, afirma. Caso aconteça uma tentativa de delação premiada, quando o réu colabora com a acusação em troca de benefícios como redução de pena, a defensora afirma que isso teria de ser consultado com o Ministério Público. Envolvidos condenados
Inicialmente, oito pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público pelo envolvimento no sequestro e morte de Eliza Samudio. Um dos réus, Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, foi assassinado no ano passado. Dois outros, Macarrão e Fernanda, ex-namorada de Bruno, já foram julgados e condenados. Bruno e a ex-mulher enfrentam o júri nesta semana. Em abril será a vez do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola ser julgado. Em maio, o ex-caseiro e o ex-motorista do jogador serão os últimos a serem julgados. Mas, outros dois policiais ainda podem responder judicialmente pelos crimes. Novas investigações apontam que eles deram apoio ao grupo na execução do plano.
Macarrão pegou 15 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e a outros três pelo sequestro da vítima. Por ter confessado o crime, mesmo que parcialmente, conforme análise do Ministério Público, ele teve a pena de homicídio reduzida para 12 anos. Pela Lei de Execução Penal, ele deverá permanecer mais três anos preso em regime fechado, uma vez que já cumpriu mais de dois anos de prisão.
Já Fernanda foi condenada a três anos em regime aberto pelo sequestro de Bruninho, filho de Eliza, e a outros dois, também em regime aberto, pelo sequestro da jovem. Como o somatória das penas é superior a quatro anos, ela não pode ser regime aberto. Somente após cumprir 1/6 da pena (10 meses), a jovem pode ingressar no semi-aberto. Como já ficou quatro meses atrás das grades, Fernanda terá que ficar mais seis dormindo na penitenciária e realizando atividades externas durante o dia.
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