sexta-feira, 5 de abril de 2013

ESTUDO DA E.B.D LIÇÃO 01 "A FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS"

Aula prévia referente da Lição 01 "A FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS"
do 2º Trim. 2013. Para preparação dos Professores e Alunos da E.B.D

         Ev. Dr.Caramuru Afonso Francisco
        Assembléia de Deus - Belém/SP

A FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS
Texto Áureo: Gn. 2.18 – Leitura Bíblica: Gn. 2.18-24

INTRODUÇÃO: Neste trimestre estudaremos a respeito da família, com ênfase nos desafios dessa no século XXI. Na aula de hoje atentaremos para a família como criação de Deus, não como mero produto cultural, conforme apontam algumas filosofias modernas. A princípio, mostraremos que Deus, e não o homem, é a base da família, em seguida, que a família se sustenta na relação, pois o próprio Deus é relacional. Por fim, ressaltaremos alguns fundamentos bíblicos para a família cristã.


1. DEUS, A BASE DA FAMÍLIA
A sociedade ocidental, e mais especificamente os cristãos, estão diante do desafio de apresentarem uma definição do que seja família e casamento. Isso porque o padrão de família normal, em conformidade com a Bíblia, está sendo cada vez mais questionada. A visão judaico-cristã de família, exarada nas Escrituras, está sendo substituída por valores pautados nos direitos humanos. A família cristã, no entanto, parte do pressuposto que a família é uma instituição divina, por conseguinte, Ele, e não os homens, devem determinar a partir de quais princípios a família deve ser estabelecida. A ideologia libertária, que predomina na sociedade, e respaldada pela mídia, propõe um conceito de família que supervaloriza a liberdade humana em detrimento da vontade de Deus. Não existe outro modelo bíblico, e mais especificamente cristão, para a família e o casamento, diferente daquele revelado por Deus. A partir de Gn. 1-3, compreendemos que: 1) o homem e a mulher foram criados à imagem de Deus para governar a terra para Deus; 2) o homem foi criado primeiro e incumbido da responsabilidade final pelo relacionamento conjugal, enquanto a mulher é colocada junto ao homem para ser sua ajudadora; e 3) a queda da humanidade no pecado implicou em consequências negativas tanto para o homem quanto para a mulher. Ao longo do tempo, a família se constituiu, dentro dos parâmetros bíblicos, a partir de um paradigma patriarcal, ou seja, o pai, no Antigo Pacto, era o senhor da família, de cunho heterossexual, isto é, macho e fêmea, e monogâmico, um homem para uma mulher, e vice-versa.

2. FAMÍLIA, PRINCÍPIO RELACIONAL PARA O CRESCIMENTO
O Deus da Bíblia é trinitário, portanto, relacional: Pai, Filho e Espírito Santo, no Gênesis, Ele é revelado como o Elohim. Essa premissa fundamenta o relacionamento conjugal, para a mutualidade (Gn. 1.26,27). Esse relacionamento tem a ver com distinção e unidade, isto é, pessoas diferentes estão envolvidas em uma unidade. Assim como o Deus estabeleceu uma aliança com Seu povo, o casamento, e a própria família, é uma aliança entre pessoas, com vistas ao crescimento. Mas não existe crescimento sem envolvimento das partes envolvidas, essa é uma premissa. Não existe possibilidade de construção da família, a menos que todos se sintam participantes e responsáveis por ela. O crescimento familiar pode ser interrompido caso um dos componentes da aliança deixe de contribuir. Os pontos fundamentais para o crescimento é o ciclo de amor, graça, empoderamento e intimidade. Isso porque o casamento, como todo relacionamento, é dinâmico, e envolve mudanças. Se o casamento e a família não estiverem preparadas para enfrentar os ciclos de mudanças, correm o risco de se desintegrarem. Quando as mudanças chegarem, caso não sejam bem resolvidas, tudo resultará em um mero contrato, ao invés de aliança (pacto), estará fundamentado na lei (legalismo) e não na graça (favor imerecido), será mantido pelo poder possessivo e não pelo empoderamento, e pela distância ao invés da proximidade. Não podemos esquecer que o Deus da Bíblia deseja se relacionar com a humanidade e espera que as pessoas também se relacionem. Estamos cientes dos desafios porque temos a convicção de que somos pessoas caídas, por isso falhamos, não apenas no relacionamento com Deus, mas também com outras pessoas. Mas temos Cristo como modelo de relacionamento, e o Espírito Santo que nos guia a fim de que possamos crescer em graça nos relacionamentos, inclusive os familiares.

3. FUNDAMENTOS PARA A FAMÍLIA CRISTÃ
A aliança que fundamenta a família é o amor, a convicção de amar e ser amado, cuja expressão maior é o próprio amor de Deus (Jo. 3.16). A primeira aliança de Deus com a humanidade se encontra em Gn. 6.18, na qual Deus faz um pacto com Noé, e por extensão, a toda sua família. Em seguida, Deus faz um pacto com Abrão, e nele, todas as famílias da terra recebam a promessa de bênçãos (Gn. 17.1-2). A aliança de Deus com o Seu povo é o fundamento do casamento e da família cristã, que está sustentado no amor, tendo em vista que o próprio Deus é amor (I Jo. 4.10-16). Por isso a vida familiar deve se pautar pela mutualidade, disposição entre os cônjuges, e também dos filhos, para o amor-agape, que envolve sacrifício (I Co. 13). Outro fundamento para a família cristã é a graça, para perdoar e ser perdoado, esse princípio se encontra já no Antigo Pacto (Ex. 22.25-27), por isso se espera que o ambiente familiar seja pautado na graça, não em mero legalismo. O amor de Deus, manifestado em Sua graça maravilhosa, é a base para o amor e o perdão no casamento (Rm. 10.4). O autoritarismo, ou melhor, o poder possessivo, não é o sustentáculo da família cristã. O contexto familiar precisa ser um ambiente de empoderamento. As pessoas que fazem parte dessa aliança tem como propósito servirem e serem servidas. Não há como uma família subsistir, a não ser que essa seja um espaço de vida abundante (Jo. 10.10). Não podemos esquecer que o Verbo, Jesus, se fez carne, e habitou entre nós, por conseguinte, a família deve ser encarnacional, com espírito de serviço, de diaconia (Jo. 1.1,14). O fruto do Espírito, listado por Paulo em Gl. 5.22,23 deve ser o alimento principal da família cristã, é a partir dele que o crescimento se concretiza (I Co. 8.1). A proximidade, em amor, é o padrão para a família cristã, desde os tempos antigos (Gn. 2.25), é ela que afasta o medo (I Jo. 4.18,19).

CONCLUSÃO
A família, ao invés de ser tomada como uma construção humana, produto da cultura, é uma criação divina. Como tal deve ser respeitada, e se pautar em conformidade com os padrões bíblicos em suas relações pessoais. O compromisso deve está sustentado em uma aliança de amor (incondicional e sacrificial); mantida em uma atmosfera de graça (favor imerecido), que considere a aceitação e o perdão, menos controladora e mais empoderadora, e com proximidade, com vistas ao cuidado para o crescimento (maturidade).

BIBLIOGRAFIA
BALSWICK, J. O. BALSWICK, J. K. The Family: a christian perspective on the contemporary home. Grand Rapids: Baker Academic, 2007.
KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus, Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.

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