quarta-feira, 26 de junho de 2013

Papa não vê evangélicos como ameaça, diz autora da biografia de Francisco

A argentina Evangelina Himitian lançou uma biografia do papa Francisco contando detalhes da atuação de Jorge Mario Bergoglio enquanto padre e arcebispo em Buenos Aires. Himitian é filha de pastores e conversou com a reportagem do Estado de São Paulo dizendo que para o novo líder da Igreja Católica os protestantes não são uma ameaça, pelo contrário, na Argentina ele sempre manteve boa relação com os líderes evangélicos.

“Eu não creio que, para este papa, o crescimento da igreja evangélica seja uma ameaça para a Igreja Católica”, disse ela que formatou o livro 15 dias após o conclave.

Evangelina Himitian diz que para o novo papa o maior inimigo da igreja é o distanciamento das pessoas da vida cristã. “Obviamente, Francisco não fará proselitismo religioso em favor dos evangélicos, mas ele não estará preocupado em reaver esses católicos”, disse a autora se referindo aos católicos brasileiros que se tornaram evangélicos.Quando servia em seu país, Bergoglio teve grande participação para o crescimento do ecumenismo. Sua relação com líderes evangélicos era tão grande que por muitas vezes ele enviava suas homilia para que pastores avaliassem os sermões.

Himitian também faz algumas previsões das mudanças que o papa Francisco poderá promover na Igreja. “Do que se conhece de Bergoglio, pode haver uma maior abertura em relação ao celibato. Particularmente em relação aos padres, sua opinião é a de que não seria um problema se eles fossem casados”, disse.

Outros pontos que poderão ser alterados com a entrada de Francisco são o batismo de crianças geradas fora do casamento e a comunhão de divorciados. “Francisco não vai aprovar o divórcio, mas deve propor uma forma de a Igreja receber e incluir essas pessoas”, esclarece a autora.

Quanto ao casamento gay não se espera mudanças, pois o papa já se mostrou contrário a união de pessoas do mesmo sexo. “Sua postura é muito conservadora, ele entende que isso contraria os ensinamentos bíblicos”, disse ela citando também o aborto.

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