O chamado "Arco do Desmatamento", região da Amazônia Legal que mais sofre com a perda da floresta, avançou no último ano, alcançando o Sul do Amazonas e o Noroeste do Pará. Segundo o Instituto Imazon, o desmatamento atingiu 2.007 quilômetros quadrados entre agosto de 2012 e julho deste ano. É a primeira vez desde 2004 que o instituto fecha o ano do calendário oficial com aumento do corte raso, aquele que elimina a mata, geralmente com o uso de correntões - corrente de navio presa entre dois tratores que arrancam a árvore pela raiz. No ano anterior, de agosto de 2011 a julho de 2012, o desmatamento havia alcançado 1.047 quilômetros quadrados.
No acumulado do último ano, o Pará liderou o "ranking" do desmatamento, com 810 km², o equivalente a 40% do total, seguido pelo Mato Grosso, com 621 km² (31%), Amazonas (14%) e Rondônia (13%). A principal surpresa é a velocidade com que o desmatamento ocorre no Amazonas, estado que estava fora do Arco. O desflorestamento no estado cresceu 223% em relação ao período anterior, atingindo 273 km². No Mato Grosso, a área desmatada dobrou (102%) e, no Pará, chegou perto disso (91%). Apenas dois estados apresentaram redução: Acre (-32%) e Roraima (-18%).
"O Arco do Desmatamento aumentou por dois fatores. No Sul do Amazonas, impulsionado pela criação de grandes assentamentos de reforma agrária. No Noroeste do Pará, em função das obras de asfaltamento da BR-163, que facilita o acesso a áreas antes intocadas, e do anúncio de novas de hidrelétricas. Há um desmatamento especulativo. Primeiro ocupam, depois pleiteiam direito de posse" - afirma Heron Martins, pesquisador do Imazon.
No último ano, 1.297 km² do desmatamento - mais da metade - ocorreu em áreas privadas, em situação de posse ou devolutas. Em segundo lugar aparecem os assentamentos de reforma agrária, com 374,5 km²; seguidos por unidades de conservação (237 km²) e terras indígenas (98,5 km²).
-->No acumulado do último ano, o Pará liderou o "ranking" do desmatamento, com 810 km², o equivalente a 40% do total, seguido pelo Mato Grosso, com 621 km² (31%), Amazonas (14%) e Rondônia (13%). A principal surpresa é a velocidade com que o desmatamento ocorre no Amazonas, estado que estava fora do Arco. O desflorestamento no estado cresceu 223% em relação ao período anterior, atingindo 273 km². No Mato Grosso, a área desmatada dobrou (102%) e, no Pará, chegou perto disso (91%). Apenas dois estados apresentaram redução: Acre (-32%) e Roraima (-18%).
"O Arco do Desmatamento aumentou por dois fatores. No Sul do Amazonas, impulsionado pela criação de grandes assentamentos de reforma agrária. No Noroeste do Pará, em função das obras de asfaltamento da BR-163, que facilita o acesso a áreas antes intocadas, e do anúncio de novas de hidrelétricas. Há um desmatamento especulativo. Primeiro ocupam, depois pleiteiam direito de posse" - afirma Heron Martins, pesquisador do Imazon.
No último ano, 1.297 km² do desmatamento - mais da metade - ocorreu em áreas privadas, em situação de posse ou devolutas. Em segundo lugar aparecem os assentamentos de reforma agrária, com 374,5 km²; seguidos por unidades de conservação (237 km²) e terras indígenas (98,5 km²).
No Amazonas, o município que vem liderando o desmatamento é Apui. Nele está localizado um grande projeto de assentamento, o PA Rio Juma, às margens da Transamazônica, com capacidade para 7.500 famílias. Na estrada que liga Apui ao município de Novo Aripuanã está outro assentamento, o PA Acari, projetado para 1.773 famílias. Só no mês de julho, o PA Rio Jumá desmatou 15,5 km². Também foram registrados desmatamentos em assentamentos localizados nos municípios de Boca do Acre e Itacoatiara.
Segundo Martins, até mesmo em áreas onde a situação já havia sido controlada, como na região Nordeste do Pará, voltou a ocorrer focos de desmatamento em municípios como Dom Eliseu e Tailândia. Nesta área, há aumento na área ocupada para produção de grãos e a tendência é de expansão da pecuária, uma vez que o Pará foi reconhecido como livre de febre aftosa
"Notamos que o desmatamento voltou a aumentar depois do Código Florestal, que deixou um clima de impunidade, de que é possível anistiar quem desmata", afirma o pesquisador.
O Imazon também pesquisa a degradação florestal. Neste caso, a mata não desaparece por completo. São retiradas apenas as árvores de maior valor para a indústria madeireira. Também são incluídas as áreas atingidas por queimadas. Entre agosto de 2012 e julho passado a degradação atingiu 1.555 km² - com redução de 22% em relação ao período anterior.
A degradação atingiu maiores áreas no Mato Grosso (752 km²) e Pará (616 km²), seguidos por Rondônia (128 km²).
En julho passado, as áreas de conservação federais que registraram maiores desmatamentos foram as florestas nacionais Jamanxim e Saracá-Taquera.ambas no Pará. A Flona Jamanxim abriga áreas ocupadas, cujas comunidades reivindicam a redução da área de conservação e a legalização dos títulos de terras. Ela foi criada em 2006 justamente para proteger no entorno da BR-163 do desmatamento. Os posseiros reivindicam redução de até 600 mil hectares da floresta.
A Flona Sacará-Taquera fica nos municípios de Faro, Oriximiná e Terra Santa, e é uma das unidades que devem ser alvo de exploração florestal por meio de concessões do governo federal.
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