quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Maquiador alega ter matado a mãe 'por ordem de Deus', diz delegado

Segundo a polícia, maquiador matou a própria mãe
na casa dele, em Londrina ( Foto:Reprodução/RPCTV
)
O maquiador de 30 anos, suspeito de ter matado a mãe, duas vizinhas e uma criança de dez anos em Londrina, no norte do Paraná, foi ouvido novamente pelo delegado William Douglas Soares, responsável pelo caso, nesta terça-feira (6). De acordo com o delegado, o rapaz disse que não se arrepende dos crimes e alega que “foi impulsionado por uma ordem de Deus”.

Os crimes aconteceram na noite de sábado (3), no Jardim Bancários, região oeste da cidade . De acordo com a Polícia Militar (PM), o rapaz primeiro matou a própria mãe, de 46 anos, após ela tentar defender a namorada, com quem o suspeito morava junto. Depois, ele foi até uma casa vizinha, onde matou outras duas mulheres, de 63 e 86 anos, e uma criança, de dez anos. O homem foi preso após seguir perseguindo a namorada até um salão de festas, onde foi contido por algumas pessoas que lá estavam.
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De acordo com o delegado, o maquiador disse que tinha recebido ordens de diversas naturezas desde o começo da tarde de sábado, quando estava em Cambé ajudando na mudança de um amigo. “Lá, segundo ele, passou a receber ordens de Deus, desde para que agredisse seus amigos, até a ordem que segundo ele a mais difícil delas, para que matasse sua mãe e sua companheira, que conseguiu fugir”, contou o Soares.

Depois desse fato, relatou o delegado, o rapaz disse no depoimento que “foi tomado por um sentimento de justiça, para que eliminasse todos esses espíritos da maldade que dominavam as pessoas”, razão que o levou a ir até a casa da vizinha. “Ele contou que viu, em todas as pessoas que ocupavam aquela casa, espíritos da maldade, e acabou por matá-las”, disse Soares.


O delegado afirmou também que o suspeito não fala em arrependimento. “Ele acredita, palavras dele, que as pessoas que lá estavam não eram as que ele conhecia, mas espíritos da maldade”, relatou. Soares acredita que deve ser constatado um distúrbio psíquico, porém ressaltou que apenas uma avaliação médica pode concluir isso.

Esta foi a segunda vez que o suspeito de cometer os quatro homicídios foi ouvido. No primeiro depoimento, durante o interrogatório, o rapaz não disse nada sobre os fatos, segundo o delegado.

Médica diz que suspeito não apresentava agressividade
Ainda nesta terça-feira, o delegado colheu os depoimentos da namorada do maquiador e da médica que o atendeu na tarde de sábado, após um amigo notar sinais de agressividade e chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O rapaz foi levado para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Cambé para ser atendido e depois foi liberado.

A médica informou que foi um atendimento simples, dentro da normalidade, disse o delegado. “Ela falou que não observou nenhum sinal de agressividade, ansiedade, tremor, nada nesse sentido. Ao ser questionado, alegava que estava bem e que queria ir para casa. Isso causou estranheza à médica pela razão de que ele foi encaminhado ao hospital”, disse Soares.
Não me parece que houve negligencia, uma vez que os depoimentos da enfermeira e da médica vão de encontro, somado a copia do prontuário"
William Douglas Soares, delegado

Além disso, a médica contou, de acordo com o delegado, que aconselhou a mãe e o rapaz a buscar acompanhamento psiquiátrico, em função do histórico de dependência química. Eles foram liberados sem qualquer intervenção e prescrição médica.

“Não me parece que houve negligencia, uma vez que os depoimentos da enfermeira e da médica vão de encontro, somado a copia do prontuário. Com o que foi coletado, não aparenta a existência de negligência”, avaliou Soares.

Já no depoimento da namorada, de acordo com o delegado, ela relatou que o estopim para que o rapaz cometesse os crimes ocorreu após ela dizer que o comportamento dele “não era de Deus”. “Ela e a mãe disseram que o comportamento dele ‘não era coisa de Deus’. Isso o ofendeu e foi o estopim, que fez ele agredir ela e a própria mãe. Ela fugiu na sequência”, disse.

Conclusão do inquérito
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O delegado informou que, com os depoimentos colhidos nesta terça-feira, os trabalhos foram concluídos. Agora, ele aguarda os laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal para, até o fim da semana, encaminhar o inquérito ao Ministério Público (MP).

“Eu concluo com a seguinte convicção: ele foi impulsionado por um impulso psíquico. Mas, o que desencadeou esse surto, somente uma avaliação médica para dizer. Nós traçamos um perfil muito preciso com relação a ele, o histórico de consumo de drogas, e o aprofundamento dessa busca de informações dessas teorias dos fins dos tempos”, afirmou o delegado.

Soares informou que o suspeito responderá por “quatro homicídios qualificados consumados, e um homicídio qualificado tentado”. Fonte:G1

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