Muitas das vítimas de supostoataque químico eram crianças e mulheres, segundo relatos Uncredited / AP |
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta quarta-feira em caráter de urgência para analisar as novas denúncias da oposição síria, segundo as quais até 1.300 pessoas teriam sido mortas em um ataque com substâncias químicas perpetrado pelas forças de segurança do país. A Rússia, aliada do governo do presidente Bashar al-Assad, responsabilizou os rebeldes afirmando que há indícios de que oposicionistas tenham planejado a situação para minar as chances de negociações na próxima convenção de Genebra. Em pronunciamento na TV estatal, o governo sírio negou as alegações. Se a causa e o número de mortes forem confirmados, seria o maior uso conhecido de armas químicas desde que o líder iraquiano Saddam Hussein matou milhares de curdos na cidade de Halabja, em 1988.
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Por outro lado, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki Moon, disse em comunicado que estava comovido e demonstrou preocupação com a situação na Síria. Além dos Estados Unidos, quatro países do Conselho de Segurança - Reino Unido, França, Coreia do Sul e Luxemburgo - solicitaram uma reunião urgente, que começou às 15h (horário de Nova York).
“Pedimos às Nações Unidas que solicite ao governo sírio o acesso imediato de sua equipe de investigadores”, disse a Casa Branca, exigindo que não haja nenhuma intervenção por parte do governo de Assad.
Reino Unido e França fizeram coro ao pedido de que os inspetores das Nações Unidas tenham acesso ao local do ataque. Segundo a oposição, bombardeios atingiram cinco subúrbios nos arredores de Damasco. Uma equipe da ONU chegou à Síria há três dias para investigar alegações passadas de uso de agentes químicos.
- Estou profundamente preocupado com relatos de que centenas de pessoas, incluindo crianças, foram mortas em ataques aéreos e em um ataque com armas químicas em áreas controladas pelos rebeldes perto de Damasco - disse o chanceler britânico, William Hague. - Peço ao governo sírio que permita o acesso imediato à área pela equipe da ONU que investiga alegações anteriores de uso de armas químicas.
O presidente da França, François Hollande, ponderou que as informações da oposição precisam ser verificadas e confirmadas e insistiu que a ONU investigue.
“Sentimos muito quanto à informação vinda da Síria; o presidente pede que a ONU vá ao local”, disse uma porta-voz do governo em um relatório semanal.
Em nota, o príncipe saudita Turki al Faisal afirmou que o Conselho de Segurança deve superar as diferenças entre seus membros e agir imediatamente:
“É hora de o Conselho de Segurança assumir a sua responsabilidade, superar as diferenças entre os seus membros e restaurar a confiança da comunidade internacional convocando imediatamente seus membros para emitir uma resolução clara para colocar um fim a esta crise humanitária”, afirmou o príncipe em nota.
Fontes divergem sobre o número de vítimas, o que é comum na Síria devido à recusa do governo de permitir a entrada de jornalistas independentes. Comitês de coordenação local da oposição sustentam que o número de vítimas chega a 755. Um grupo de monitoramento da oposição, citando dados compilados a partir de clínicas médicas nos subúrbios de Damasco, coloca o número de mortos em 494 - 90% deles mortos por gás, o restante pelos bombardeios e armas convencionais.Fonte:O Globo
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