terça-feira, 1 de outubro de 2013

Fim de semana de terror destaca o aumento das hostilidades religiosas no Quênia e Paquistão

O grupo Islâmico Somali al-Shabab assumiu a responsabilidade pelo terrível ataque à centenas de civis inocentes em um shopping de Nairobi sábado passado, dizendo que o tumulto sangrento, que matou ao menos 60 pessoas, é retribuição à presença militar do Quênia na Somália. “Fingindo ser Muçulmano, se escondendo em uma caixa e usando o sangue de uma vítima ferida, foram algumas das formas que potenciais vítimas usaram para escapar da morte no shopping”, relatou o The New York Times.

O Pew Research Center observa que, longe de ser um evento isolado, o ataque terrorista é parte de um acentuado levante de hostilidades religiosas no Quênia.

Em outro continente, um ataque terrorista em uma igreja no noroeste do Paquistão matou mais de 80 pessoas. O New York Times relata que isto é parte de uma recente onda de ataques a minorias religiosas, incluindo Muçulmanos Xiitas. Por exemplo, em março, um bando na cidade de Lahore queimou duas igrejas e mais de 100 casas. Extremistas Sunitas e alguns Talibãs Paquistaneses estão por trás dos ataques. Os Cristãos Paquistaneses estão também sendo acusados de blasfêmia, com argumentação baseada nas rígidas leis de blasfêmia do país.

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Quênia: Dimensões nacionais

Alguns relatos informam que os militantes do shopping de Nairobi são de diferentes países. Quênia e Somália são dois dos 51 países onde grupos terroristas de base religiosa fizeram ataques transnacionais ou baseados em conexões internacionais para apoio entre 2009 e 2011, de acordo com análise da Pew Research.

O Departamento de Estado Norte-Americano considera o Al-Shabaab, que controla partes da Somália, uma organização terrorista que tem ligações com a Al-Qaeda e diz que o Al-Shabaab tem mirado contra os não-muçulmanos e aqueles que se converteram do Islamismo para outras religiões. De acordo com o Conselho para Relações Estrangeiras, o Al-Shabaab está “lutando pela criação de um estado fundamentalista Islâmico na Somália”.

O número de pessoas mortas em ataques terroristas com ligações religiosas tem aumentado drasticamente nos últimos anos. De acordo com relatos analisados pelo Pew Research Center como parte de um contínuo estudo global sobre restrições e hostilidades religiosas, mais de 300 pessoas foram mortas, feridas ou desabrigadas como resultado de ataques terroristas no Quênia em 2012, mais de duas vezes o número de 2012, e cinco vezes mais do que 2010.

Em geral, hostilidades sociais envolvendo religião, definidas pelo Pew Research como atos concretos de violência religiosa, variando entre crimes de ódio a terrorismo e guerra de cunho religioso, são maiores no Quênia do que em toda a África Subsaariana. Em 2012, o Quênia teve perto de quatro vezes o nível de hostilidades sociais (8,3 em uma escala de 0 a 10), uma vez que o nível médio entre 48 países da região (2,1). O Índice de Hostilidades Sociais Pew Research leva em consideração o nível e a intensidade de hostilidades, incluindo violência sectária, violência religiosamente motivada e os conhecidos crimes de honra, em que os perpetradores são motivados pela religião.

Em março, em uma pesquisa do Pew Research, pouco mais da metade (55%) dos Quenianos disseram que grupos extremistas Islâmicos representam a maior ameaça para o seu país.

Paquistão: Os mais altos níveis de hostilidades religiosas
Um recente estudo do Pew Research mostrou que o Paquistão teve os mais altos níveis de hostilidades sociais no mundo em cinco anos. De fato, o Paquistão foi o primeiro país a marcar 10 pontos em 10 possíveis nos índices de restrições, tendo a presença de todos os 13 tipos de hostilidades medidas pelo estudo. Não apenas os 13 tipos de hostilidades sociais envolvendo religião estavam presentes no Paquistão em 2011, mas cada um estava no nível máximo medido pelo índice. Isto inclui guerra e terrorismo relacionados à religião, violência e conflito sectários, hostilidade relacionada a conversão religiosa, perseguição de mulheres por violação dos códigos de vestimenta religiosos, e todos os seis tipos de atos maliciosos e crimes inspirados por questões religiosas: perseguição e intimidação; retirar pessoas de suas casas; destruição de propriedade religiosa; abduções; abuso físico; e mortes.

As leis de blasfêmia do Paquistão são geralmente usadas para justificar agressão social. Por exemplo, no Paquistão, o governo faz a blasfêmia – comentários ou ações consideradas como críticas a Deus – passiva de punição para aprisionamento ou morte. Do lado social, assassinos mataram sois proeminentes políticos Paquistaneses – Shahbaz Bhatti (na época o único ministro Católico do governo) e Salman Tasser (o governador de Punjab e Muçulmano) – quando estes falaram contra a lei de blasfêmia.

De fato, Muçulmanos são frequentemente perseguidos sob as leis de blasfêmia do Paquistão. Por sinal, a polícia Paquistanesa está investigando Sherry Rehman, a Embaixadora Paquistanesa nos Estados Unidos, acusada de blasfêmia. Se considerada culpada, ela pode ser sentenciada à morte.
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E em 18 de março, o New York Times relatou que bandos queimaram uma vila Cristã Paquistanesa próxima a Lahore, num caso também relacionado a alegações de blasfêmia. Lahore é também o local de um massacre de Ahmadiyyas Paquistaneses em 2010, que são considerados apóstatas pela lei Paquistanesa. Fonte: THE WEEKLY NUMBER

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