sexta-feira, 1 de novembro de 2013

No RN, livro gera polêmica sobre o que meninas e meninos podem fazer

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Uma atividade para alunos do 5º ano do ensino fundamental causou repercussão nas redes sociais ao propor que as crianças diferenciassem preferências de homens e mulheres. A questão foi aplicada em uma escola particular de Natal e questionada pela tia de uma das alunas. Mestre em psicologia escolar, Soraya Souza compartilhou o exercício em sua página no Facebook afirmando que a atividade impõe padrões. O exercício está em um livro de ciências da Editora Positivo, que nega o favorecimento de estereótipos na atividade, mas confirma que o material será mudado para 2014.

A questão pede que os alunos observem os itens sugeridos e, com base neles, respondam quais os meninos e meninas têm mais afinidade. Nas opções estão ações como "usar brinco", "lavar louça", "cuspir no chão", "usar biquini e sutiã", "jogar futebol", entre outras. Os alunos devem ligar os itens a duas opções: "meninos podem fazer" e "meninas podem fazer".

Soraya Souza, que teve a postagem compartilhada por quase seis mil pessoas, explica que tomou conhecimento da atividade depois que a própria sobrinha, de 11 anos, procurou a mãe perguntando sobre a questão. "Minha irmã ficou indignada. A menina disse que não marcou sutiã para os meninos porque normalmente eles não têm mamas grandes. Ela entende com todas aquelas coisas poderiam ser feitas, mas queria saber porque o livro explicava daquela forma", explica.

Para a mestre em psicologia escolar, a atividade é restritiva. "É feita uma comparação de gênero com base no sexo biológico. O que identifica uma pessoa como homem e mulher é ela quem vai dizer, e não o que ela pode ou não fazer. Vivemos em um país com índices elevados de violência contra a mulher e homossexual e onde mãe solteira é mal julgada pela sociedade. Está sendo reproduzido um estereótipo de gênero e isso é perigoso, pois é reportado na cabeça de quem já pensa assim", critica. Fonte:G1

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