Uma baleia cachalote de proximamente 16 metros encalhou na manhã da última quarta-feira, 1°, na praia dos Curimãs, localizada no município de Barroquinha, 413,3 km de Fortaleza. Pescadores disseram aos técnicos do Projeto Biomade que o animal chegou vivo no local, mas morreu em seguida.
A operação de enterramento da baleia, que deveria ser realizada nesta sexta-feira, 3, foi adiada para o sábado, 4. A equipe que realizava o enterro do animal precisou de uma segunda retroescavadeira que deverá chegar neste sábado para a conclusão dos trabalhos.
De acordo com a coordenadora técnica do Projeto Biomade, Werlanne Magalhães, equipes foram acionadas ao local pelo presidente da associação de pesca de Barroquinha e, juntamente com a Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) do Ceará, analisaram o animal e constaram que se tratava de um cachalote macho adulto, maior dos cetáceos com dentes e maior animal do planeta com dentes.
O cachalote, embora seja conhecido como baleia, é da família dos golfinhos e só é chamado assim devido ao seu enorme tamanho, podendo atingir até 20 metros e pesar até 40 toneladas. Após o isolamento do local, o Biomade iniciou uma articulação com a Prefeitura e Marinha para enterrar a baleia. “É o procedimento mais correto nesses casos, pois sendo um mamífero, esse animal pode transmitir doenças ao seres humanos”, explica Werlanne.
A causa da morte da baleia ainda não foi descoberta.William Rodriguez Schepis, diretor do Instituto Eco Faxina, acredita que vários motivos podem ter ocasionado o encalhe do cachalote, desde afogamento por ingestão de lixo ou aparelhos de embarcações. ''Essas baleias que nadam muito fundo sofrem com atividades de prospecção de pretróleo, pois algumas embarcações trabalham com aparelhos de som muito fortes, que deixam os animais desorientados'', completa.
Litoral
Segundo Werlanne Magalhães, o número de encalhes de animais marinhos no litoral piauiense, cearense e maranhense cresce. “É uma preocupação que requer mais estratégias de conservação na região. A parceria com outras ONGs é importante para nós somarmos e dividirmos conhecimentos em prol da pesquisa e conservação do meio ambiente”.
Dados da Aquasis apontam que são registrados cerca de 29 encalhes de mamíferos marinhos no Ceará, por ano. Em agosto deste ano, uma baleia Jubarte de quase nove metros encalhou na praia de Flecheiras. Equipes de biólogos trabalharam para manter o animal vivo, mas ele não resistiu e morreu três dias depois.
O animal encalhou vivo na praia mas já estava morto quando os técnicos da Biomade chegaram | Foto: Divulgação Projeto Biomade
Fonte :POVO
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