Vinte e um funcionários e ex-funcionários da TAM no Recife se reuniram, na noite desta segunda-feira, para organizar o enfrentamento de irregularidades que incluem perseguições, discriminação religiosa, assédio moral e sexual, inclusive com relatos de agressões físicas. Preservando seus nomes reais para não ampliar prejuízos como síndrome do pânico, eles afirmam que os problemas já ocorriam desde 2006, no Recife, quando acreditavam que o "Canal de Ética da TAM", em São Paulo, poderia resolver. Em janeiro, lamentam, as demissões de denunciantes e de uma testemunha evidenciaram a quebra de sigilo. A empresa disse desconhecer o caso, que nunca recebera esse tipo de denúncia e ficou de apurar e dar retorno.
As queixas foram relatadas, inclusive com testemunhas, ao "Canal de Ética TAM", e agora serão levadas ao Ministério Público do Trabalho, enquanto casos tramitam na Justiça do Trabalho. A decisão de abandopnar o sigilo do caso ocoreu quando, regressando de uma viagem de férias, o alvo principal de todas as denúncias começou a isolar profissionais que figuravam como autoras(es) ou testemunhas junto ao "Canal de Ética da TAM". Num rápido levantamento feito durante a reunião de ontem à noite chegou-se à conclusão de que de 17 autoras(es) de denuncias, dois tiveram demissões consumadas, além de uma testemunha. E já são esperadas novas demissões. "Quem entra na empresa já sabe que o Canal de Ética não funciona, é só um meio para identificar que denuncia", diz "Vânia".
"Em 2006 ele (um gerente geral) já passava a mão nas nádegas e 'desatacava' os sutiãs das funcionárias", conta "Anunciação", demitida, padecendo com depressão. Funcionárias como "Vania" dizem ter sofrido assédio sexual verbal, com frases como "Quando vejo você só penso em sexo!", repetida diante dos demais funcionários e de público externo, quando "sexo" era substituído por "trabalho". Também em tratamento por depressão, "Anair" diz que começou a ser perseguida desde que descobriram que aproveitava seu intervalo de descanso para participar de cultos na capela.
"Anair" disse que também passou a ser perseguida com chacotas e difamações. "Espalharam que eu ia trabalhar para dormir", conta, acrescentando que até clientes acabam sendo utilizados na perseguição. "Só tem três passageiros vestidos de macumbeiros. Vamos mandar a 'crentinha' para ver o que acontece!", relembra. Alpem disso, acrescentam "Vânia" e "Anair", há uma forte discriminação sexual pela chefia, expressa em frases como "Mulher não faz o que homem faz!", utilizada como motivo para afastamento.
Mulheres, entretanto, não são alvos exclusivos da discriminação, como relata, por exemplo, "Paulo". Homossexual assumido, acabou adoecendo e padecendo de depressão ao ser transformado em motivo de chacota pública. Portador de deficiência, "Fernando" reagiu contra discriminação e perseguição, já teve vitóiria e afirma que vai persistir na luta.Fonte:DP
-->
Nenhum comentário:
Postar um comentário