sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Novos incidentes deixam mais 25 mortos na Ucrânia

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Novos confrontos deixaram pelo menos 25 mortos nesta quinta-feira em Kiev, apesar da trégua estabelecida entre a oposição e o presidente ucraniano, Viktor Yanukovytch, ameaçado de sanções pela União Europeia pela brutal repressão dos protestos.

Tiros procedentes das barreiras policiais e de edifícios próximos foram registrados em Maidan, ou praça da Independência, ocupada desde novembro pelos manifestantes.

Um jornalista da AFP observou oito corpos diante da sede do Correio Central e 10 diante do hotel Kozatski. Outro repórter observou sete corpos na entrada do hotel Ukraina, do outro lado da praça.

O balanço eleva a pelo menos 53 o número de mortos nos incidentes, depois que uma operação das forças de segurança para recuperar o controle da praça terminou com 28 mortos, 10 deles policiais, na terça-feira.

O ministério da Saúde anunciou um balanço de sete mortos nesta quinta-feira, incluindo dois agentes policiales.

Médicos ligados à oposição afirmaram que alguma vítimas foram alvos de franco-atiradores.

Nas imediações da praça era possível observar muitos rastros de sangue.

Milhares de manifestantes, com forte presença de mulheres e aposentados, permaneciam na praça, apesar dos graves incidentes dos últimos dias.

A oposição considerou os confrontos desta quinta-feira uma "provocação deliberada" do governo contra os manifestantes pacíficos.

"A retomada dos confrontos em Maidan (Praça da Independência) durante a trégua anunciada é uma provocação deliberada do governo", afirma um comunicado.


Os funcionários da sede do governo ucraniano em Kiev deixaram o local na manhã desta quinta-feira, em consequências dos novos confrontos no centro da cidade.

"Todos os trabalhadores deixaram o local esta manhã. Recebemos uma ordem oficial", disse uma funcionário, sem revelar detalhes.

O prefeito de Kiev anunciou que abandona o partido do presidente Viktor Yanukovytch, como forma de protesto contra "o banho de sangue e a luta fratricida" no centro da capital ucraniana.

"Estou disposto a tudo para deter a luta fratricida e o banho de sangue no coração da Ucrânia, na praça da Independência", disse Volodimir Makeienko.

"A vida humana deve ser o valor supremo de nosso país, e nada deve contradizer este princípio", acrescentou o prefeito, informando que abandona o Partido das Regiões, no poder.

Ao mesmo tempo, o ministério do Interior ucraniano pediu que os habitantes de Kiev não saiam de casa ou se dirijam ao centro da cidade.

"Neste momento mais vale limitar os deslocamentos em carros particulares e não sair às ruas. Há pessoas armadas com intenções agressivas nas ruas de Kiev", informou o ministério em um comunicado.

Esta é a pior crise desde a independência, em 1991, da ex-república soviética, com fronteiras com a Rússia e com países da União Europeia (UE).Fonte:AFP - Agence France-Presse

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