O ano de 2014 começou de forma excepcionalmente violenta no norte e nordeste da Nigéria, o que levou organizações cristãs a renovarem seus apelos para uma melhor segurança do governo. Radicais invadiram uma igreja durante o culto, bloquearam a porta principal, detonaram bombas caseiras e abriram fogo contra os presentes.
O Boko Haram, grupo militante que quer instaurar a sharia (lei islâmica) em todo a Nigéria – país mais populoso da África –, tem travado vários ataques contra os cristãos, especificamente:
26 de janeiro; Aldeia WagaChakawa, estado de Adamawa: Radicais invadiram uma igreja durante a celebração do culto, bloquearam a porta principal, detonaram bombas caseiras e abriram fogo. Algumas vítimas tiveram suas gargantas cortadas.
"Meu irmão foi morto como um carneiro," disse Moisés Yohanna à agência de notícias Associated Press.
"Os invasores trancaram a igreja, dispararam contra aqueles que tentaram fugir, e cortaram as gargantas dos demais", disse o líder cristãos Stephen DamiMamza à BBC. "Eles detonaram bombas, e nas quatro horas seguintes incendiaram casas e fizeram reféns.
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As notícias divergem sobre o número exato de pessoas mortas, mas alguns relatam que o número de mortos chegou a 53.
31 de janeiro; Aldeia SabonGariYamdula,estado de Adamawa: Militantes invadiram uma reunião de oração à noite, em EkklesiyarYan'uwa, e começaram a atirar. O pastor e dez membros da congregação foram mortos. Os radicais tentaram queimar a aldeia, mas foram expulsos pelos moradores armados, incluindo os jovens.
31 de janeiro; Aldeia Manchok, estado de Kaduna: Uma família cristã de sete pessoas foi morta por radicais. Testemunhas descreveram para a mídia que se tratava de pastores Fulani. Fulani é um grupo étnico do Oeste Africano, de maioria muçulmana, que tem uma história de injustiças no que diz respeito aos cristãos e outros indígenas da Nigéria.
Ao todo, 367 pessoas foram mortas pelas mãos de membros do Boko Haram em 22 incidentes separados, durante as primeiras seis semanas de 2014, de acordo com o Fórum de Anciãos Cristãos dos Estados do Norte.
"Não se passou uma semana neste ano, em que os nossos irmãos do norte da Nigéria não fossem ameaçados, espancados e assassinados", disse um comunicado do fórum, assinado pelo seu presidente, Olaiya Phillips, e o secretário nacional, Emmanuel DanjumaSubilim.
"Eles foram mortos por causa de quem eles são e pelo que eles acreditam", dizia a declaração. "Eles foram assassinados porque estavam determinados a adorarem a Deus. Quase diariamente somos chocados e horrorizados ao sabermos de mais um ato de violência perpetrada contra membros inocentes da nossa comunidade, bem como nossos vizinhos muçulmanos."
O fórum pediu aos governos federais e estaduais da Nigéria para "cumprirem a sua obrigação, tal como consta na Constituição e garantirem a proteção de todos os nigerianos e sua liberdade de culto em segurança." Ele insistiu que "nenhum dos chefes de Serviços Armados deveriam dormir até que nigerianos de todas as religiões no Estado de Borno pudessem dormir".
Separadamente, a Associação Cristã da Nigéria emitiu um comunicado em 12 de fevereiro, observando que, entre os estados do nordeste e centro da Nigéria, histórias sangrentas de assassinatos por tiros e queima de casas de cristãos e suas igrejas continuam acontecendo.
"Nada menos que 30 pessoas sofreram vários graus de lesões no Planalto", um estado no centro da Nigéria, disse o secretário geral da associação, Rev. Musa Asake, ao ler o comunicado.
"O governo federal deve promover com um sistema eficiente e duradouro para impedir o ressurgimento de militantes do Boko Haram, que estão rondando aldeias, atirando e matando cristãos inocentes, especialmente aqueles que vivem na parte norte da Nigéria", concluiu Asake. Fonte: Portas Abertas
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