O jovem cristão paquistanês Haroon Haidar foi morto a tiros em abril desse ano 24 horas após recusar se converter ao islã. Inicialmente, o proprietário da arma alegou que o caso tratava-se de um suicídio; o resultado da autópsia, porém, levantou dúvidas quanto a essa declaração. A família está certa de que Haroon foi assassinado por permanecer fiel a Cristo.
O relatório do médico legista do estado de Punjab, divulgado em 16 de abril, indica que o cristão sofreu duas lesões no crânio, levantando dúvidas de que o jovem de 24 anos, que é casado e pai de dois filhos, teria se matado. Parentes de Haroon Haidar pediram ao médico, Dr. Rizwan Naseer, para esclarecer se as duas lesões são resultado de dois tiros separados, o que indicaria que alguém disparou o primeiro tiro, fatal.
O pai de Haroon Haidar, Haidar Masih, disse que seu filho havia sido ameaçado no dia anterior por um colega de trabalho irritado com a sua recusa de se converter ao islã.
Era cerca de 9h, no dia 16 de abril, quando Haidar Masih, trabalhando na imprensa do Paquistão, recebeu a notícia de que seu filho, Haroon, tinha sido morto. Ele correu para o local, em Lahore, onde um Banco Paquistanês Islâmico está em construção, e onde Haroon trabalhava como varredor. A polícia já havia isolado a área.
No local, Haidar Masih disse que foi informado pela polícia que um guarda de segurança, Umar Farooq, a única pessoa presente com Haroon no prédio no momento do incidente, havia dito à polícia que tinha deixado a sua espingarda na mesa e tinha ido ao banheiro no andar de cima, de onde ouviu o tiro. "A polícia me informou que o guarda disse que, assim que ouviu o barulho, correu lá embaixo, onde ele viu que Haroon tinha se suicidado, atirando na testa com a arma", relatou Haidar Masih ao World Watch Monitor.
Cinco horas mais tarde, a família e os parentes foram autorizados a ver o corpo. "Todo o crânio acima das sobrancelhas tinha sido arrancado, enquanto o corpo estava na postura sentada no sofá", disse Khalid Shehzad, diretor de um centro social em Lahore que fornece alimentação, educação e assistência jurídica para os cristãos. Ele mora perto da casa de Haidar Masih.
Shehzad informou ao World Watch Monitor que parentes e amigos de Haroon Haidar disseram que ele não mostrava sinais de depressão ou estava inclinado para o suicídio. "Em vez disso, disseram que ele estava bem casado e era uma pessoa bem composta", disse Shehzad.
A viúva, Hina Bibi, disse que seu marido era um homem fiel e que eles estavam levando uma vida feliz. "Eu não acredito que meu marido se matou", disse ela. "Nós tínhamos planos para dar um futuro melhor para as crianças, enviando-os à escola para uma vida respeitável na sociedade...".
Shehzad disse que a polícia, relacionando a morte como suicídio, inicialmente não queria registrar o caso. Eles cederam tarde da noite, depois que dezenas de cristãos bloquearam a estrada.
No relatório da polícia, na Delegacia de Naulakha, Haidar Masih informou que seu filho havia lhe dito um dia antes de morrer que havia sido ameaçado em seu local de trabalho por causa de suas crenças religiosas.
"O guarda de segurança do banco, Umar Farooq, o forçou a se converter ao islã e em caso de recusa, ele iria matá-lo", Haidar Masih testemunhou no relatório.
O relatório da autópsia conclui que "a causa da morte, neste caso, é a lesão total (do cérebro com arma de fogo".
"O relatório pós-morte não explica muito, então apresentamos o pedido para que os médicos esclareçam se um ou dois tiros foram disparados", disse Arif. Ele também disse que a arma está sendo inspecionada para coleta de impressões digitais.
O primo de Haroon Haidar, Parvaiz Babloo, que estava de plantão como varredor no Hospital Mayo da Universidade Médica King Edward quando o corpo de seu primo foi levado, disse que a polícia pediu às autoridades para declarar a morte como um suicídio.
"O médico claramente recusou e pediu à polícia que primeiro registrasse um caso criminal, e em seguida, a autópsia podia ser realizada", disse Babloo ao World Watch Monitor. Ele disse ainda que os médicos tinham certeza de que não era um caso de suicídio e, mais tarde foram pressionados pela polícia.
"Se não tivéssemos protestado e bloqueado a estrada, a polícia teria conseguido suprimir este caso", acrescentou. Fonte: Portas Abertas
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