Do Estado de Roraima vem o mais novo capítulo no embate entre ativistas homossexuais e políticos evangélicos. Na sessão desta terça-feira (27) na Câmara da capital Boa Vista a vereadora Mirian Reis (PHS) fez um discurso contra a inclusão da Parada do Orgulho Gay e da Consciência Homossexual no calendário oficial do município.
“Eu acredito que o projeto vai ser arquivado, porque o nosso Deus vai nos dar autonomia, vai nos dar autoridade, capacidade e sabedoria para mostrar a eles que esse dia só vai fazer proliferar o homossexualismo na face da terra e em Boa Vista. Não é isso que nós queremos, porque o homossexualismo vai trazer doenças, infelicidade para as famílias, dores, tristeza, angústia”, afirmou.
De autoria do vereador Júlio Cézar (PRP), o projeto já havia sido aprovado em primeira votação, mas na segunda não houve sessão por falta de quórum. Apenas 10 dos 21 vereadores estavam presentes. Por causa da grande polêmica envolvendo o assunto, a maioria preferiu se ausentar.
A vereadora Mirian, que é evangélica, explicou que não odeia os gays. Enfatizou que os homossexuais necessitam é de amor, de carinho, mas precisam retornar à ordem natural da família. “Nós jamais poderemos aceitar filhos sendo criados por dois homens ou por duas mulheres. Isso é contra a Palavra de Deus”, asseverou.
Após sua fala, entregou um abaixo-assinado contendo mais de 600 assinaturas à presidência da Câmara. O teor é o pedido de uma audiência pública para a discussão mais ampla da matéria.
Mas a postura da vereadora desagradou o presidente da Associação Roraimense pela Diversidade Sexual, Sebastião Diniz. Para ele, os argumentos de Mirian são ofensivos e incitam a violência contra os homossexuais.
“Registrei um Boletim de Ocorrência contra Mirian Reis e mais dois vereadores que nos ofenderam durante a sessão. Também procurarei a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Roraima, porque eu acredito que esses políticos não estão defendendo os interesses do povo, mas apenas os ideais dos evangélicos”, disparou.
O projeto irá para votação novamente nesta quarta (28). A tendência é que seja aprovado. Depois, caberá ao Executivo Municipal sancionar ou vetar a proposta. Com informações G1
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