O professor e geneticista Steve Jones é conhecido por sua defesa do ateísmo. Mas ele irritou muitos de seus pares ao afirmar que o mundo verá um “ressurgimento do cristianismo impulsionado pelo declínio da população nos países onde há mais céticos”.
Jones lembrou que a história mostra que a religião cresce rapidamente durante grandes aumentos populacionais, especialmente nos países mais pobres. Para ele, virá da África o que chamou de “ressurgimento de grandes religiões”, em especial o cristianismo.
-->Jones lembrou que a história mostra que a religião cresce rapidamente durante grandes aumentos populacionais, especialmente nos países mais pobres. Para ele, virá da África o que chamou de “ressurgimento de grandes religiões”, em especial o cristianismo.
No entanto, nos países da Europa onde há cada vez mais ateus, o declínio da população parece irreversível.
“Nós, ateus, muitas vezes comemoramos que a incidência de crença religiosa está diminuindo em nosso continente. Mas as pessoas religiosas têm mais filhos. Claramente, o futuro trará um aumento nas populações religiosas e uma diminuição no ceticismo”, defende.
“Pode ser que não precisemos de mais cientistas, apenas de mais teólogos”, afirmou ele durante o lançamento de seu novo livro The Serpent’s Promise: The Bible Retold as Science [A Promessa da Serpente: a Bíblia recontada como ciência]. Este é sua nona obra, incluindo material que escreveu tanto sobre genética quanto sobre religião.
Apesar da promessa do título, o autor não tenta recontar de fato as histórias bíblicas. Seleciona algumas delas como ponto de partida para fazer análises sobre a moral, as sociedades humanas e os efeitos da religião na formação do ser humano.
Claro, sempre provocando aqueles que aceitam os fatos bíblicos como reais. Ao fazer isso, analisa diversas tradições cristãs, mas se equivoca ao colocar ensinamentos de evangélicos, católicos e mórmons debaixo da mesma categoria. Para ele, a promessa da serpente é que o homem teria conhecimento e é isso que ele deve buscar, através da ciência e filosofia, claro.
Estudioso da evolução da religião, Jones acredita que as grandes religiões do Oriente Médio surgiram quando os povos caçadores/coletores se tornaram agricultores e começaram a praticar rituais de fertilidade para melhorar a colheita.
Quando Deus expulsou Adão e Eva do jardim do Éden, em Gênesis, disse-lhes: “Do suor do teu rosto comerás o pão. Este é um símbolo do momento em que os humanos começaram a se estabelecer em comunidades agrícolas.”
O surgimento das grandes religiões foi, segundo o estudioso, durante uma grande mudança social e biológica. “As sociedades se tornaram maiores e mais estratificadas, com isso os deuses tornaram-se mais vingativos. Essa era uma maneira de manter a população sob controle”, afirmou.
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No entanto, ele admite a importância do Novo Testamento, desde que “você remova os elementos sobrenaturais e os milagres… foi um dos maiores documentos políticos já escritos”. Tanto é assim que continua influenciando a maioria das sociedades do mundo.
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