sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Concorrente a vaga de deputado federal defende "kit macho" e "kit fêmea"

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Em meio a promessas de mais saúde e segurança, de regularização de condomínios e entrega de moradias, uma proposta polêmica chamou a atenção dos eleitores que assistiram ontem à propaganda política na televisão. Candidato a deputado federal pelo PSDB, Matheus Sathler defendeu a distribuição de “cartilhas para ensinar meninos a gostar somente de mulheres”. Esse é apenas um dos compromissos do político, que chama o PT de “partido do satanás” e prega o anti-feminismo, com ideais como ensinar “as mulheres a serem femininas”. O presidente regional do PSDB, Eduardo Jorge, disse ontem que o candidato gravou o programa sem o aval da legenda e garantiu que vai vetar a defesa das bandeiras de Matheus Sathler no horário eleitoral do candidato.

O discurso machista e homofóbico do tucano motivou duras críticas em redes sociais. Representantes de movimentos em defesa dos direitos LGBT e internautas repudiaram os comentários e as promessas do candidato a deputado federal.
Matheus Diniz Sathler Garcia tem 31 anos e é advogado. Nas redes sociais, ele exibe fotos ao lado do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), um dos maiores rivais da causa gay no Brasil. O candidato à Câmara dos Deputados gravou um vídeo em que divulga compromissos de campanha. As imagens foram feitas em um cartório, onde ele registrou as promessas. Uma delas é doar metade do salário para a recuperação de crianças vítimas de “estupro pedófilo homossexual”.


Ele também defende a criação do “kit macho” e do “kit fêmea”. E justifica: “é um nome carinhoso para rivalizar com kit gay, que ensina o homossexualismo ao seu filho. Prevenir o homossexualismo é melhor do que remediar”, afirma o tucano. “Sabemos que a maioria dos praticantes larga os estudos muito cedo para terem uma vida de ganhos fáceis e imorais”, declarou o candidato.

“Seita religiosa”
Em seu blog, Matheus Sathler critica ainda o Partido dos Trabalhadores, apesar de se declarar como ex-petista. “O PT não é um mero político, mas uma seita religiosa que adora o personagem bíblico chamado de Satanás e quer acabar com a família”, destaca o candidato.

As declarações radicais e homofóbicas constrangeram o PSDB. O presidente regional da sigla no DF, Eduardo Jorge, disse que vai proibir Matheus Sathler de usar o horário da legenda para defender essas propostas. “Ele disse umas bobagens, foi chamado pelo partido e se retratou. Já dissemos que retiraríamos a candidatura dele se essa situação persistisse”, afirmou. “A posição do PSDB é de tolerância e de respeito”, garantiu o tucano. O candidato ao Governo do DF, Luiz Pitiman, afirmou que não conhece Matheus Sathler nem tem informações sobre as propostas apresentadas durante o horário eleitoral.

Diretor do Grupo Elos LGBT, Evaldo Amorim disse que vai acionar a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais para enviar uma carta de repúdio ao PSDB. “Esse discurso é um retrocesso na construção de uma sociedade mais igualitária. É absurda essa história de cartilha para ensinar menino a gostar de menina, as coisas não funcionam assim. A orientação sexual é inerente ao ser humano”, acrescenta o militante. Fonte:Helena Mader - Correio Braziliense

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