Uma gravação de áudio mostra como o piloto do avião que levava Eduardo Campos e se acidentou nesta quarta-feira (13) em Santos, no litoral de São Paulo, informou que realizaria o procedimento de pouso previsto na carta de voo.
Na conversa, o piloto Marcos Martins fala com controladores de voo que se aproximava do aeroporto para fazer o procedimento de pouso. A voz de Marcos Martins passa tranquilidade e não aponta que ele estivesse enfrentando qualquer dificuldade.
A caixa-preta do avião será analisada em Brasília pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Ainda não há previsão para a conclusão dos trabalhos.
A aeronave pilotada por ele é um Cessna 560XL, também conhecido como Citation XLS+. Trata-se de um jato executivo com duas turbinas e 16 metros de comprimento, 5,23 m de altura e 17,17 m de largura, de acordo com o site do fabricante.
Ele é capaz de transportar 9 passageiros. O alcance da aeronave é de 3.900 km, o que significa, por exemplo, que pode voar de Porto Alegre a Belém sem escalas. Sua velocidade máxima de cruzeiro é de 800 km/h.
Segundo a Anac, a aeronave é operada pela AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda., sediada em Ribeirão Preto (SP), ligada a uma destilaria. A documentação da aeronave estava em dia e, de acordo com a agência, o jato tinha totais condições para operar. Seu certificado de aeronavegabilidade era válido até fevereiro de 2017, e a inspeção anual de manutenção venceria somente em fevereiro de 2015.
O piloto Fabiano de Camargo Peixoto, de Ribeirão Preto, era prestador de serviços da destilaria e operou a aeronave envolvida no acidente por um ano e meio como copiloto. Segundo ele, o jato foi entregue aos responsáveis pela campanha de Campos há cerca de três meses. "Tem uns 90 dias o último voo que fizemos [com a aeronave]. O pessoal da campanha contratou novos pilotos, e eles começaram a operar a aeronave", afirma.
De acordo com a Anac, a situação da aeronave é de "arrendamento operacional".
Segundo Peixoto, o jato somava 350 horas de voo na época em que foi entregue aos responsáveis pela campanha do presidenciável. "É uma aeronave muito nova, ano 2010. Uma das mais confiáveis da Cessna, top de linha deles. A última revisão foi feita em janeiro deste ano. Não havia nenhum problema com a documentação", afirma.
Há cerca de seis meses, o avião que caiu nesta quarta, prefixo PR-AFA, foi colocado à venda pelo proprietário por meio da consultoria especializada Asa Consulting.
Segundo o diretor da empresa, Guilherme Machado, um jato como esse vale cerca de US$ 9 milhões. Ele não vistoriou o avião detalhadamente, mas destacou que aviões desse valor geralmente têm a manutenção impecável. Machado não informou quem era o dono da aeronave, mas disse que ela não foi vendida por sua empresa, que acabou desistindo de trabalhar com esse modelo para se dedicar a outros tipos. De acordo com a Asa Consulting, quando estava à venda, o avião, ano 2010, tinha 435 horas de voo.
Como explicou o especialista James Waterhouse, professor de engenharia de Universidade de São Paulo, "essa aeronave é um pequeno jato bastante popular pelo mundo, bastante seguro e muito adequado à operação a que se destinava, como voar entre Guarujá e o Santos Dumont".
Segundo o professor, um avião desse porte tem que ter gravador de dados (caixa preta).Fonte:G1
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