segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Marina chora ao comentar críticas à sua candidatura e Lula e Dilma reagem

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff criticaram o desabafo feito na véspera pela candidata à Presidência Marina Silva (PSB) sobre as críticas que vem recebendo de seu ex-partido, o PT. Lula negou ter falado mal da ex-senadora durante discurso em São Paulo, em Sapopemba, e comparou a ex-senadora com Dilma, declarando que um verdadeiro líder não muda com frequência de partido, nem de opinião. A petista, por sua vez, afirmou que um presidente da República tem que resistir à pressão.

— Não gosto de usar nomes de adversários em palanque. Mas hoje, supreendentemente, vi numa manchete que Marina chorou falando sobre o Lula. A dona Marina não precisa contar inverdades ao meu respeito para chorar, chore por outras coisas que ela quiser chorar. Eu tenho uma formação que não perco amizades por conta de divergências políticas

— discursou Lula no evento que teve a presença do candidato ao governo estado de São Paulo, Alexandre Padilha, do candidato à reeleição no Senado Eduardo Suplicy, da ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Política para as Mulheres, e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.


O ex-presidente também afirmou que prefere falar bem de sua candidada a criticar os adversários.

— Nunca falei mal da dona Marina e vou morrer sem falar mal dela. Ela é quem tem que se explicar, porquê ela nasceu, cresceu e ganhou todos os cargos no PT e falou mal do PT. Um verdadeiro líder não muda de partido a toda hora, não muda de opinião. Ele evolui, assim como a Dilma evoluiu — disse Lula

Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", ao fim de um dia de campanha no Rio, Marina chorou ao falar das críticas do ex-presidente, de quem foi aliada por 24 anos, e de outros petistas à sua candidatura.

"'Não posso controlar o que Lula pode fazer contra mim, mas posso controlar que não quero fazer nada contra ele", disse ela à "Folha". "Quero fazer coisas em favor do que lá trás aprendi, inclusive com ele (Lula), que a gente não deveria se render à mentira, ao preconceito, e que a esperança iria vencer o medo".

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também presente no evento, negou ataques à Marina. Ele afirmou a jornalistas que as críticas são ao programa de governo e disse que a candidata do PSB “sugere insegurança à população”.

— Não temos atacado a candidata. Ao contrário, ela que nos acusou de ter colocado um ladrão na Petrobras. Está sendo processada por isso, inclusive. Temos criticado o programa dela. Não temos nada contra ela, temos contra o programa, discordamos dele. Não tem campanha do medo. Estamos dizendo que ela é apoiada pelos banqueiros. Será que o povo tem medo dos banqueiros? O programa dela fala em desmontar indústria, em dar independência ao Banco Central, em terceirização. Isso deve estar intimidando as pessoas quando conhecem o programa de governo dela. Não estamos estimulando o medo em relação a ninguém. Quem quer ser presidente da República, precisa ter mais controle, mais firmeza. Ela está com muitas idas e vindas, o que sugere insegurança na população — disse Falcão.

Durante o discurso, em cima de um caminhão de som, após caminhar pelas ruas do bairro da Zona Leste ao lado de candidatos petistas e tomar café em um bar da região, Lula engasou e tossiu por várias vezes, precisando interromper a fala.

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— Antes, quando tomava um conhaquezinho, não tinha problema na garganta. Agora, depois do câncer, dá uma coceirinha.

DILMA: 'QUEM NÃO QUER SER CRITICADO NÃO PODE SER PRESIDENTE'
Em discurso dirigido a movimentos negros em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, Dilma afirmou que quem não quer ser criticado "não pode ser presidente". Mais tarde, ao responder a jornalistas sobre a adversária ter chorado com os ataques petistas, a presidente disse que não é contra o choro.

- Um presidente da República sofre pressão 24 horas por dia. Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, não quer que falem dela, não dá para ser presidente da República - disse Dilma, a uma plateia que gritava em diversos momentos "não vai ter Marina".

Em entrevista coletiva, a presidente afirmou que, embora não seja contra o choro, um presidente deve "aguentar a barra". Quando era ministra da Casa Civil e candidata a presidente, em 2010, Dilma lembrou que rebatia as críticas de ser uma pessoa dura respondendo "sou uma mulher dura cercada de homens meigos".

- Acho que, (para) ser presidente, a gente tem que aguentar a barra - disse Dilma, que completou: - Não sou contra as pessoas chorarem, não. Chorar é intrínseco ao ser humano, é o que nos distingue. Mas eu acho que o mais característico nosso, graças a Deus, é que o homem é um bicho que ri, ri até de si mesmo.

Durante o discurso, a presidente alfinetou Marina mais uma vez ao dizer que, como presidente, "não dá para a gente vacilar diante de twitter". Era uma referência à pressão feita pelo pastor Silas Malafaia sobre Marina, que recuou em seu programa de governo no tema sobre direitos dos homossexuais. E se Marina reclama de "mentiras" sobre sua candidatura, a petista pediu empenho dos eleitores no mesmo tema:

- Esta é uma eleição muito dura. Tem gente com muito ódio, tem gente que usa a desinformação, que usa a mentira. Nós temos de ser calmos. Temos de responder ao ódio com a esperança. E temos de responder à mentira com a verdade, e a verdade é que esse pais mudou, que as pessoas agora tem emprego, estão ganhando salário.

Ao final do discurso, nova crítica velada ao PSB, que defendeu em seu programa a autonomia do Banco Central, o que tem sido diariamente criticado pelo PT.

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- Se querem tirar o pobre do Orçamento e colocar os bancos, nós não queremos e não deixaremos - disse a presidente, que ao ser recebida na praça da cidade por festividades afrobrasileiras ganhou um colar africano e defendeu a criminalização da homofobia como forma de evitar a "perda de valores civilizatórios".

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também negou ataques à Marina. Ele afirmou que as críticas são ao programa de governo e disse que a candidata do PSB “sugere insegurança à população”.

- Não temos atacado a candidata. Ao contrário, ela que nos acusou de ter colocado um ladrão na Petrobras. Está sendo processada por isso, inclusive. Temos criticado o programa dela. Não temos nada contra ela, temos contra o programa, discordamos dele. Não tem campanha do medo. Estamos dizendo que ela é apoiada pelos banqueiros.

Será que o povo tem medo dos banqueiros? O programa dela fala em desmontar indústria, em dar independência ao Banco Central, em terceirização. Isso deve estar intimidando as pessoas quando conhecem o programa de governo dela. Não estamos estimulando o medo em relação a ninguém. Quem quer ser presidente da República, precisa ter mais controle, mais firmeza. Ela está com muitas idas e vindas, o que sugere insegurança na população — disse Falcão. Fonte:O Globo
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