A prefeitura de Oiapoque decretou na noite desta quinta-feira (25) situação de emergência por causa das ocorrências de chikungunya na cidade de 20,5 mil habitantes (Censo 2010), no extremo Norte do Amapá. Já são quatro casos confirmados da doença e outras 158 suspeitas no município, localizado a 590 quilômetros de Macapá.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a população está em alerta para a possibilidade de epidemia. Em quatro dias, o número de notificações da doença aumentou em quase 80%, apontou o órgão.
"Infelizmente, as unidades de saúde têm atendido a uma grande quantidade de pessoas que chegam com sintomas da doença. Vamos nos mobilizar e trabalhar muito para evitar que o vírus avance", disse o prefeito Miguel Almeida. Os casos notificados aguardam resultados de exames de sangue que foram encaminhados ao Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará. A previsão para a conclusão dos exames é de 7 a 15 dias.
A coordenadoria estadual da Defesa Civil informou que vai encaminhar quatro militares para dar suporte ao Corpo de Bombeiros e às equipes de saúde que fazem o bloqueio vetorial do agente transmissor do vírus, o mosquito aedes aegypti.
O governo do estado também prometeu encaminhar nesta sexta-feira (26) uma equipe de técnicos e autoridades de saúde para atuarem em estratégias conjuntas com a prefeitura.
"Iremos reforçar as equipes de epidemiologia e propor a limpeza urgente da cidade. Também vamos intensificar a realização de campanhas de conscientização para a população nos ajudar a limpar os quintais e tomar os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito", disse o titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Jardel Nunes.
Registros
A chegada do vírus ao Amapá foi anunciada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS) em junho de 2014. Em agosto, o estado registrou dois casos importados da doença, contraídos em Guadalupe e na Guiana Francesa, país que faz fronteira com Oiapoque.
No dia 16 de setembro de 2014, o Ministério da Saúde confirmou que as duas primeiras infecções internas da doença no país ocorreram no município de Oiapoque. Outros 14 casos foram confirmados na Bahia. De acordo com o órgão federal, já são 16 casos no território nacional.
A CVS informou na quinta-feira, que Macapá apresentou 15 notificações e o município de Santana, distante 17 quilômetros da capital, registrou os primeiros dois casos suspeitos da doença. Os trabalhos de combate nas duas cidades também foram intensificados.
A doença
O vírus chikungunya foi identificado pela primeira vez entre 1952 e 1953, durante uma epidemia na Tanzânia. Mas casos parecidos com essa infecção – com febres e dores nas articulações – já haviam sido relatados em 1770. O agente transmissor é o mosquito Aedes aegypti, mesmo causador da dengue, e aedes albopictus.
Quais são os sintomas?
Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.
Tem tratamento?
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.Fonte:G1
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