terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Projetos de alfabetização da Portas Abertas e os professores supersecretos





Quem diria que ensinar adultos a ler e escrever seria uma atividade tão arriscada? Dinh, Thanh e Tuy, irmãos vietnamitas, falam das lutas e alegrias de alfabetizar cristãos tribais no país.

Um grupo se destaca às margens de uma estrada de terra secundária. Sentados na grama, fazem um piquenique. É possível perceber que alguns deles são estrangeiros. O tom da voz é baixo; falam mais com os olhos do que com palavras. Todo esse cuidado não é em vão: cristãos vietnamitas estão recebendo a visita de colaboradores da Portas Abertas, em uma das regiões mais fechadas do país.

Os três vietnamitas que compõem o grupo participam do perigoso projeto de alfabetizar cristãos tribais no país. Dinh* é o mais experiente. Ele juntou-se ao ministério em 2007 e já alfabetizou mais de 30 turmas ao longo dos anos. Agora, monitorado pela polícia, Dinh teve de abandonar o trabalho, mas não sem antes deixar um sucessor: Thanh*, seu ex-aluno que hoje tem 54 anos.


Thanh conta que começou a lecionar assim que se formou, abrindo duas classes, uma para adultos e outra para jovens, há quase três anos. “Em primeiro lugar, quero agradecer pelo programa de alfabetização. Meu povo é analfabeto há muitas gerações, e nossa linguagem até se perdeu. Hoje, muitos de nós podem ler e escrever. Agradecemos a Deus por toda a ajuda que vocês nos deram”.

O terceiro homem do grupo é Tuy*, de 61 anos. Também ex-aluno de Dinh, ele leciona há quatro anos, e conta que, em sua turma, o número de meninas é maior que o de meninos. “Assim que aprendem a ler, vejo como os alunos ficam ansiosos por ler a Bíblia”.

Leitores sem o Livro
Embora não lecione mais, Dinh supervisiona mais de vinte classes de alfabetização entre os povos tribais. Estima-se que 80% dessa população não saiba ler nem escrever. Outra grande dificuldade que a comunidade desses irmãos enfrenta é a ausência das Escrituras em seu próprio idioma. “Oramos para que a Bíblia seja traduzida para a nossa língua”, comenta Thanh. Até isso acontecer, ele prossegue em seu trabalho, formando futuros leitores da Palavra de Deus.Fonte: Revista Portas Abertas



*Nomes alterados por motivos de segurança.

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