Aula prévia referente a Lição 03 NÃO TERÁS OUTROS DEUSES do 1º Trimestre de 2015: Os Dez Mandamentos - Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança, como preparação dos Professores e Alunos
Texto Áureo Dt. 6.4 – Leitura Bíblica Dt. 5.6-7; 6.1-6
1. UM DEUS ENTRE OUTROS DEUSES: O povo de Israel estava acostumado a viver entre outros deuses, sua estada no Egito favoreceu o contato com o pluralismo religioso. Mesmo com a revelação divina, que alertava a respeito dos riscos da idolatria, o povo continuou se voltando para deuses estranhos (Ez. 20.7,8). Ainda que o Senhor tenha libertado os israelitas do Egito, eles continuaram se prostrando diante dos ídolos, demandando um julgamento da parte de Deus (I Rs. 9.4-7). A mensagem das Dez Palavras que se encontra em EX. 20.3 é repetida em Dt. 6.4,5. A declaração de fé do povo de Deus deveria ser: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder”. A relação de Israel com Deus não estava baseada na imposição, mas no amor que reconhecia o livramento do Senhor da servidão. Ainda hoje o reconhecimento é a base do relacionamento com Aquele que se denomina de “Eu”. Por isso ninguém deve se relacionar com Deus com base no medo, na obrigatoriedade, pois se assim acontecer, o resultando será mero legalismo. Além disso, o princípio monoteísta é ressaltado ao longo das Escrituras. O Deus de Israel, que por sua vez é também dos cristãos, não dá a Sua glória a outro (Is. 42.8). Em um momento marcado pela idolatria em Israel, o Senhor assim revelou através do profeta Oséias “Não reconhecerás outros deus além de mim, porque não há salvador, senão eu” (Os. 13.4). O relativismo pós-moderno tem apregoado o pluralismo religioso, e defendido que todas as divindades devem ser igualmente adoradas.
2. A EXCLUSIVIDADE DO DEUS DE ISRAEL: O Deus das Escrituras é Único, é Singular, não pode ser considerado apenas um entre outros deuses (Is. 45.21). Essa mensagem é enfatizada por Paulo, ao argumentar que “não há outro Deus, senão um só” (I Co. 8.4). Como se costuma afirmar, é possível que todos os caminhos levem a Roma, mas há apenas um Mediador entre Deus e os homens, Jesus (Jo. 14.6; II Tm. 2.5) e somente no nome dEle há salvação (At. 4.12). Devemos respeitar as pessoas, nos compete pregar o evangelho. Ninguém deve ser menosprezado por causa da fé que expressa. Se nós, como evangélicos, quisermos respeito, precisamos respeitar os outros. No entanto, temos a responsabilidade de testemunhar com amor a exclusividade da salvação em Cristo. A mensagem do evangelho, ao contrário do que defendem os adeptos da pós-modernidade, não é excludente, mas includente. A palavra de Deus é includente, pois a agrega à igreja todas as pessoas que creem, salvando-as da condenação (Jo. 3.16). As pessoas religiosas, ainda que bem intencionadas, estão debaixo da ignorância (At. 17.30). Elas não estão servindo a Deus, mas a ou outros deuses, até mesmo ao próprio ego, entenebrecidos por Satanás (Gl. 4.8; II Co. 11.13-15). Como orientou Moisés ao povo de Israel, as pessoas devem ser instadas a deitar fora os deuses aos quais serviram seus pais, e fazerem uma opção pelo Único Deus Vivo e Verdadeiro (Js. 24.14,15; I Ts. 1.9). A posição da igreja é profética, por isso, tal como fez Elias, deve declarar que somente o Senhor é Deus (I Rs. 18.21). Nenhum ídolo pode ocupar o coração do homem, APENAS Deus é digno de honra e glória, e deve ser adorado em espírito e em verdade (Jo. 4.24).
3. O PERIGO DA IDOLATRIA: A idolatria é perigosa porque nem sempre nos apercebemos da sua atuação, às vezes ela chega sorrateiramente. Frequentemente acusamos as pessoas de adorarem outros deuses, mas não observamos que podemos fazer o mesmo. Jesus chamou a atenção em relação ao dinheiro, que pode se tornar um deus (Mt. 6.24). Quando afirmamos que somente o Senhor é Deus, e que não deve existir outro, precisamos também indagar se não estamos construindo nossas divindades. Há pessoas que imagem ser um deus, na ambição dos nossos primeiros pais, que quiseram ser iguais a Deus (Gn. 3.5). O contexto evangélico está sendo solapado pela idolatria, estamos nos acostumando a aceitar pessoas com status de divindade nas igrejas. Alguns crentes ao invés de adorarem a Deus, estão adorando pastores, cantores e pregadores. As chamadas celebridades gospel estão fazendo fortuna em nome da fama que construíram. Salomão pagou um alto preço por causa da sua idolatria. As Escrituras dizem que ele andou em seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e de Milcom, a abominação dos amonitas (I Rs. 11.5). Por causa da sua idolatria, o monarca de Israel perdeu o seu reino, a causa foi justamente a desobediência ao primeiro mandamento (I Rs. 11.9-11). A ânsia para se manter no poder a qualquer custo fez com que Salomão fizesse concessões em relação a seus princípios. A fama tornou-se um fim em si mesmo, e os conchavos políticos resultaram em casamentos mistos, com mulheres que perverteram o coração do rei (I Rs. 11.1-3). A idolatria, às vezes, acontece sorrateiramente, sem que atentemos para sua realidade. Por isso não devemos tolerar o pecado em nós, muito menos que nada se coloque no lugar que pertence exclusivamente a Deus.
CONCLUSÃO: O povo de Israel conviveu com muitos deuses, mas precisou ser lembrado que somente Yahweh era o Único Senhor. De igual modo, devemos ter cuidado com o perigo da idolatria que roda a igreja contemporânea. Ainda no primeiro século da era cristã, João advertiu, para que os crentes se guardassem dos ídolos (I Jo. 5.21). Ninguém pode tomar o lugar de Deus em nossas vidas, somente Ele é digno do nosso amor, respeito e consideração. Adorá-lo é o motivo para o qual fomos criados, e não podemos fazer de qualquer modo, somente por meio de Cristo, em espírito e verdade (Jo. 4.24).
BIBLIOGRAFIA: DOUGLAS, W. O poder dos 10 mandamentos. São Paulo: Mundo Cristo, 2013
KALLAS, J. E. The ten commandaments from the back side. Nashville: Abingdon Press, 1998.
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