Aula prévia referente a Lição 12 "A MORTE DE JESUS"
do 2º Trimestre de 2015: Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o Médico Amado, como preparação dos Professores da EBD durante a semana anterior a aula
A MORTE DE JESUS
Texto Áureo Lc. 23.46 – Leitura Bíblica Lc. 23.44-50
1. A MORTE DE JESUS E A POLÍTICA DE PILATOS: Pilatos foi o governador da Judéia no período de 26 a 36 d. C., e como a maioria dos políticos, tinha a preocupação de manter sua popularidade perante a população. Por causa disso, durante o julgamento de Jesus, mostrou-se escorregadio em relação as suas decisões. Na verdade, a vontade de Pilatos foi esquivar-se da morte de Jesus (Lc. 23.1-5). De igual modo, os políticos não costumam compreender o significado da morte de Jesus. Para alguns deles Jesus é apenas um nome por meio do qual tentar ganhar votos, a fim de satisfazer seus interesses pessoais. O Senhor foi acusado pela religião, que incitou o poder político, a condenar e crucificar Jesus. Ainda hoje essa relação entre religião e estado é extremamente danosa, muitos políticos se aproximam das igrejas evangélicas, com um discurso aparentemente moralista, a fim de ter apoio eleitoreiro. Por outro lado, algumas lideranças se dobram a esses interesses, e se necessário for, fazem concessões ao evangelho, a fim de tirarem proveito dessa relação. Pilatos reconheceu a inocência de Jesus Lc. 23.15), mas em nome da política dos homens preferiu entregá-lo à opinião pública. Há muitos governantes que sabem o que deve ser feito, mas não tomam uma atitude correta, preferem o pragmatismo para não perderem votos. Como geralmente acontece no plano da política dos homens, Pilatos e Herodes lançaram a responsabilidade de um para o outro em relação à morte de Jesus (Lc. 23.6-12). Pilatos, por fim, decidiu lavar as mãos, e entregar Jesus ao povo, incitado pela religiosidade, para satisfazer a multidão (Mc. 15.15).
2. A MORTE DE JESUS, SIMÃO CIRINEU, AS MULHERES E OS MALFEITORES: Os estudiosos não concluíram se Jesus carregou uma cruz ou apenas uma estaca, que seria afixada em uma haste, que comporia a cruz na qual foi pregado (Jo. 19.17). Fato é que Jesus não foi capaz de seguir adiante, carregando a cruz, por isso Simão foi chamado para ajuda-lo, conforme estava previsto na lei romana (Mt. 5.41). Esse Simão não é o discípulo do Senhor com mesmo nome, na verdade esse prometera ficar ao lado do Senhor, mas O abandonou durante a perseguição. O Simão que partilhou o peso do instrumento de crucificação era um estrangeiro, que havia percorrido mais de 1.200 quilômetros, desde a África para celebrar a Páscoa. Tudo indica que esse Simão se converteu a Cristo, sendo posteriormente identificado como pai de Alexandre e de Rufo (Mc. 15.21). A tragédia da crucificação de Jesus possibilitou que aquele estrangeiro religioso tivesse um encontro pessoal com o Cristo. Essa é uma realidade atestada nos dias atuais, muitas pessoas estão encontrando Jesus, distanciando-se da mera religiosidade, principalmente nas situações adversas. As mulheres que testemunharam aquele episódio também se identificaram com o sofrimento de Jesus. O Evangelho segundo Lucas destaca o papel das mulheres no ministério do Senhor. Mais uma vez, diante da crucificação do Senhor, as mulheres mostraram sensibilidade e afeição pelas dores do Cristo (Lc. 23.27-31). Se fizermos um censo, atestaremos que o número de mulheres que se aproximam de Cristo é sempre maior que o de homens. Elas são mais sensíveis à mensagem da cruz, são mais propícias à aceitação do evangelho do Senhor. Os malfeitores também foram alcançados pela graça maravilhosa desse evangelho. Enquanto que os religiosos pediram a crucificação de Jesus, um dos malfeitores entre os quais Ele foi contado se arrependeu dos seus pecados (Lc. 22.37; Mt. 27.38). Um ladrão percebeu que estava diante de um Rei, e clamou para que fosse lembrando no Reino de Cristo (Lc. 23.35-43). Ainda hoje Jesus atrai para SI aqueles que se encontram nas condições mais deploráveis (Mt. 21.28-32).
3. A MORTE DE JESUS E A VONTADE DO PAI: A morte de Jesus não foi apenas um fato na dimensão horizontal, envolveu uma transação vertical, retratada com maestria por Isaias (Is. 53). Cristo não tinha pecado, mas fez-se necessário que Ele morresse a nossa morte, para a salvação dos nossos pecados. Ele foi feito pecado por nós, por esse motivo as trevas envolveram a cruz (II Co. 5.21). A própria natureza partilhou dos efeitos daquela situação, o clamor de Jesus retomou a declaração do salmista: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl. 22.1; Mc. 15.33; Mt. 27.45,46). Ao final Jesus clamou em voz alta: “Está consumado” (Jo. 19.30), pois na cruz Ele cumpriu o propósito divino da salvação (Jo. 17.4). Por isso quando Ele entregou o espírito ao Pai, como um ato voluntário, o véu do templo se rasgou de alto a baixo (Mc. 15.38). De modo que, a partir de então, temos livre acesso à presença de Deus (Hb. 4.6), e pela fé podemos nos achegar, e chamá-LO de Pai (Gl. 4.6). Lucas registra ainda que: 1) o centurião reconheceu que Jesus era o Filho de Deus (Lc. 23.47); 2) os expectadores deixaram o recinto, pois queriam ver apenas o show (Lc. 18.3); e 3) as mulheres permaneceram no local, partilhando a dor do Senhor (Lc. 24.22). Diante dessas reações, a pergunta crucial parece ser: como as pessoas reagem diante da morte de Jesus? Esse é o critério a respeito do qual é possível determinar a ortodoxia ou heterodoxia de uma crença. Se Jesus foi apenas um grande iniciador religioso, se a Sua morte não teve significado espiritual, então é vã a nossa fé. Mas pelo testemunho do evangelho temos a convicção que a morte de Jesus não foi um episódio casual, naquele ato Deus estava reconciliando os pecadores, isso porque Aquele que não conheceu pecado se fez pecado por nós (II Co. 5.21).
CONCLUSÃO: Por que Cristo morreu? Essa pergunta tem sido feita ao longo da história do pensamento teológico, e muitos pensadores querem trazer uma resposta razoável. A fundamentação bíblica destaca a caráter vicário e expiatório da morte de Jesus. A Sua morte foi o sacrifício perfeito pelos nossos pecados (Cl. 1.22;I Pe. 1.19). De modo que somos salvos não pelas nossas obras, mas pelo sacrifício de Jesus na cruz do calvário (Ef. 2.8,9), por meio do qual fomos reconciliados com Deus (II Co. 5.5).
BIBLIOGRAFIA: MARSSHALL, I. H. Luke: historian and theologian. Downers Grove: IVP, 1998.
WEIRSBE, W. W. Luke: be courageous. Colorado Springs: David C. Cook, 1989.
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