Pelo menos 20 fósseis parcialmente articulados, encontrados durante escavações em um canteiro de obras, foram apresentados na tarde desta quinta-feira em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), tudo indica que o achado – ainda preso a rochas sedimentares – seja um dinossauro da família dos Titanossauros, espécie que viveu há entre 80 e 66 milhões de anos.
A descoberta dos fragmentos ocorreu em fevereiro durante a terraplanagem de um terreno no Bairro São Bento, onde serão construídos edifícios de um condomínio residencial. Segundo o proprietário da Quanta Empreendimentos Imobiliários, Tiago Pantaleão, a empresa foi alertada por paleontólogos no início da obra sobre o potencial geológico da região e decidiram estabelecer uma parceria com os pesquisadores para explorar a área com cautela.
De acordo com o geólogo do Complexo Cultural e Científico de Peirópolis da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (CCCP/UFTM) Luiz Carlos Ribeiro, este pode ser considerado um dos achados mais importantes para o município, conhecido como ‘cidade dos dinossauros’. “São mais de 20 fósseis parcialmente articulados já descobertos. Ainda há uma parte coberta pelas rochas e, por isso, decidimos continuar escavando. Mas tudo indica ser um animal de grande porte, com pescoço e calda muito longos, e estamos na expectativa de conseguir localizar o crânio para identicar com mais certeza a espécie”, explica o especialista. Ainda não há previsão para a conclusão das escavações.
Fósseis protegidosEmpolgado com o avanço das escavações, o pesquisador aponta outra conquista anunciada durante a apresentação dos fósseis. Segundo Ribeiro, depois de os ministérios públicos de Minas Gerais (MPMG) e Federal (MPF) recomendarem ao município a criação de medidas para impedir impactos durante obras ou serviços que movimentem ou revolvam terra na cidade, a Prefeitura de Uberaba elaborou uma norma que deve proteger o patrimônio geológico.
Ainda segundo Ribeiro, a partir de agora ficou definido que toda empresa interessada em executar obra em área rural ou urbana precisará apresentar um estudo do solo, com um diagnóstico de potencialidade geológica. “Por meio de um laudo elaborado por um especialista, a construtora deverá comprovar se não há vestígios de fósseis nas rochas. É um grande ganho para a cidade e um motivo de total alegria para toda a comunidade científica”, comemora.Fonte:Clarisse Souza - Estado de Minas
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