Naghmeh Abedini, esposa do pastor americano preso no Irã, Saeed Abedini, criticou a proposta aparente, feita pelo presidente iraniano, Hassan Rohani para libertar seu marido. Em troca, os Estados Unidos teriam que soltar 19 iranianos detidos nos Estados Unidos. Naghmeh argumentou que o marido não é nenhum tipo de "garantia" para ser tratado como tal.
"Meu marido não é garantia. Ele é um pai e um homem que não desrespeitou nenhuma lei. No entanto, o Irã está tratando-o como uma peça em um jogo de xadrez. O presidente Rouhani que a América deve libertar 19 criminosos em troca de da libertação dos cristãos norte-americanos, como meu marido, preso apenas em razão de sua fé. Isto demonstra que o Irã de hoje não é diferente do Irã que capturou reféns americanos durante a revolução iraniana", disse Naghmeh Abedini.
"O ambiente é propício para que o Irã para demonstre que está pronto para voltar ao mercado global e ao cenário internacional de diplomatas; é hora de mostrar a sua 'boa vontade', mudar sua imagem para a de um membro da sociedade global que vai proteger os direitos fundamentais", acrescentou.
Rouhani, que tem sido pressionado por líderes de todo o mundo a libertar o pastor norte-americano, visitou os Estados Unidos para participar de uma Assembleia Geral da ONU na última segunda-feira e foi questionado sobre o assunto em uma entrevista à CNN no domingo.
Ele sugeriu que a única maneira de Abedini e outros norte-americanos cristãos presos serem libertos é se o governo dos EUA concordar em estender soltar prisioneiros iranianos.
"Se os americanos tomarem as medidas adequadas e definirem que [um número de iranianos nos Estados Unidos que estão presos] estão livres, certamente o ambiente será aberto e as circunstâncias corretas serão criados para fazermos tudo ao nosso alcance e nossa competência para trazer a liberdade para os norte-americanos detidos no Irã também, o mais rápido possível", disse Rouhani.
"Se os americanos tomarem as ações apropriadas com os cidadãos iranianos que estão presos aqui, então a atmosfera e o ambiente certo talvez serão criados para a ação recíproca", acrescentou.
O Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ) - que representa Naghmeh e os dois filhos do casal nos EUA - classificou a proposta como "absurda e insultuosa" e disse que o Irã está tratando Abedini como um "refém para o resgate".
Abedini está há três anos preso no Irã. Na prisão o pastor tem enfrentado espancamentos e ameaças, além de ser privado por diversas vezes dos cuidados médicos necessários.
Tortura
Recentemente, o pastor foi submetido a uma sessão de tortura, na qual oficiais iranianos usaram um 'taser' (aparelho de choque), para força-lo a 'assumir os crimes dos quais tem sido acusado'. O pastor insistiu em afirmar que é inocente.
"Os interrogadores ameaçaram queo Pastor Saeed terá de enfrentar novas acusações criminais. Alegaram que ele tem ligações com grupos rebeldese que teria feito declarações contra o governo iraniano. Pastor Saeed negou todas estas acusações, mais uma vez afirmou que ele não tem partido político no país e que ele nunca ameaçou a segurança do Irã, nunca fez quaisquer declarações contra o país ou tomado qualquer medida contra o governo local", disse o ACLJ, em um relatório na semana passada.
Mobilização
O ACLJ tem representado Naghmeh Abedini em pedir aos líderes mundiais que façam mais para libertar pastor Saeed.
Além disso, uma petição online para clamar pela libertação do pastor Saeed já foi assinada por mais de 265 mil pessoas de diversos países.
Para acessar e assinar também este documento, acesse, clique aqui .
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