Aula prévia referente a Lição 03 "E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER
" do 4º Trimestre de 2015: O começo de todas as coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis nas cartas pastorais. como preparação dos Professores da E.B.D.
Texto Áureo At. 17.26 – Leitura Bíblica Gn. 2.7-24
1. A CRIAÇÃO DO PRIMEIRO HOMEM: A criação do primeiro homem é digna de destaque porque esse foi feito conforme a imagem e semelhança de Deus. Para cria-lo houve um acordo entre as pessoas da divindade: “façamos o homem à nossa imagem” (Gn. 2.26,27). A imagem de Deus no homem permanece, mas a semelhança foi deturpada, por causa do pecado (Ef. 4.18,19). Alguns teólogos explicam que a imagem tem a ver com a capacidade para a comunicação, e a semelhança para a santificação. A semelhança de Deus é recuperada por meio da fé em Cristo (II Pe. 1.4; Ef. 4.20-24; Cl. 3.9; Rm. 12.2; II Co. 3.18). Adão foi criado do pó da terra, mas orquestrado, inteligentemente, por Deus. Essa verdade é importante, pois mostra a dignidade da pessoa humana. Não somos produto do acaso, resultado de transformações evolutivas, mas o desenho de um Criador amoroso e dedicado. Ele não apenas nos criou, mas nas palavras de Paulo aos atenienses, também “nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At. 17.28). A criação do homem por Deus teve vários propósitos, o principal deles é que ele tivesse domínio sobre a terra. Isso não quer dizer que ele deveria subjuga-la, ou melhor, destruí-la. Depois da criação das plantas, Deus decidiu criar o homem, para cultivar a terra, e produzir o alimento necessário. Isso mostra que o homem foi criado para o trabalho, e que esse não é resultante do pecado. É digno de destaque que Deus e o homem trabalhavam juntos, no cultivo do jardim do Éden (Gn. 2.15). Infelizmente, por causa do pecado, e da ganância humana, o trabalho se tornou um fardo pesado. De modo que as pessoas, distanciadas dos princípios divinos, vivem para o trabalho, e não trabalham para viver. O trabalho não deve ser uma maldição, mas uma oportunidade de cooperar com Deus, dando continuidade ao processo criativo (Gn. 3.17-19).
2. A CRIAÇÃO DA PRIMEIRA MULHER: Deus, o mesmo que criou Adão, também criou Eva, a mulher, a sua própria imagem (Gn. 1.27). Isso quer dizer, então, que a imagem de Deus está na completude do homem e da mulher. Tanto um quanto o outro deveria exercer domínio sobre a criação (Gn. 1.29). Enquanto que o homem foi criado diretamente do pó da terra, a mulher foi feita do lado do homem, não necessariamente da costela (Gn. 2.23). A mulher foi criada porque Adão estava sozinho, e sentia a falta de alguém, que lhe completasse. Deus criou Eva para ser auxiliadora idônea, não para ser uma escrava. Como bem destacou Matthew Henry: “Ela não foi feita da cabeça para não governar sobre ele, nem dos pés para ser pisada por ele, mas do seu lado, para ser igual a ele, sob seu braço para ser protegida por ele, perto de seu coração, para ser amada por ele”. Adão não poderia explorar a mulher, antes estar ao lado dela, e trabalharem conjuntamente. A criação da mulher despertou inclusive a capacidade poética de Adão, que compôs para Eva uma canção de amor (Gn. 2.23). Isso deve servir de motivação para que os homens demonstrem afeto e carinho pela esposa. Os maus tratos pelos quais algumas mulheres passam, e são reportados nos noticiários, são resultantes do machismo. Paulo orienta as mulheres a submeterem-se aos maridos, por outro lado, os homens devem se sacrificar pelas suas mulheres, assim como Cristo o fez pela Sua igreja. Como bem destacou Paulo, a mulher é a glória do homem (I Co. 11.7), pois se o homem é a cabeça (I C. 11.1-16; Ef. 5.22-33), a mulher é a coroa. As igrejas cristãs têm motivos para ressaltar o papel da mulher na comunidade de fé. Elas foram feitas participantes da glória que em nós há de ser revelada. Em Cristo não há mais diferença entre homem ou mulher, pois todos, independentemente do sexo, são um, para a glória de Deus (Gl. 3.28).
3. A CRIAÇÃO DO PRIMEIRO CASAMENTO: O primeiro casamento, celebrado por Deus no Jardim do Éden, é o modelo de uma aliança, nos moldes da doutrina judaico-cristã. Não importa o que as leis humanas digam a respeito do casamento, a palavra final sempre será a de Deus (Hb. 13.4; Ap. 22.15). Muitos dos enlaces propalados nos tribunais não passam de meros contratos. O casamento bíblico é uma aliança, cujo fundamento se encontra nas Escrituras. Para tanto deve ser monogâmico, heterossexual e indissolúvel. Existem muitas invencionices humanas no que diz respeito ao casamento, mas como destacou o Senhor, “não foi assim desde o princípio” (Mt. 19.8). Até mesmo nos contextos evangélicos estão fugindo dos padrões bíblicos em relação ao casamento. As pessoas querem se divorciar por qualquer motivo, as influências mundanas estão entrando os portais das igrejas. Repreendemos com veemência a homossexualidade no mundo, mas fechamos os olhos para o adultério dentro da igreja (I Co. 6.9). Aquele é pecado, e é resultante da natureza humana caída (Rm. 1.27), mas também é o divórcio, pois o Deus da Bíblia o odeia (Ml. 2.16). Somente há respaldo bíblico para a dissolução do casamento em casos de morte (Rm. 7.2,3), infidelidade conjugal (Mt. 19.9) e abandono do cônjuge (I Co. 7.17). Diferentemente do mundo, devemos cultivar o relacionamento duradouro, até que a morte separe os cônjuges. O fundamento do casamento cristão é o amor, e esse exige muito mais do que romantismo, requer sacrifício um pelo outro. A sociedade contemporânea, marcada pelo imediatismo e hedonismo, não sabe o significado do amor-agape. Os cristãos, como foram alvos desse amor em Cristo (Jo. 3.16), devem levá-lo ao relacionamento conjugal, experimentando o caminho sobremodo excelente (I Co. 13).
CONCLUSÃO: A narrativa da criação do primeiro homem, da primeira mulher, e do primeiro casamento, revela verdades profundas, para as quais devemos atentar. O homem é a coroa da criação divina, bem como a mulher, ambos são dignos de honra, pois foram criados imagem e semelhança de Deus. O Senhor celebrou o primeiro casamento, fazendo com que homem e mulher se tornassem uma só carne. Essa aliança, entre Adão e Eva, é a base para o casamento cristão: monogâmico, heterossexual e indissolúvel, como reafirmado por Jesus (Mt. 19.5,6).
BIBLIOGRAFIA: CLAUS, W. O livro do Gênesis. São Leopoldo: Sinodal, 2013.
WEIRSBE, W. W. Be Basic: Genesis. Colorado Springs: David C. Cook, 2010.
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