sábado, 14 de novembro de 2015

Mais de cem mortos no maior atentado da história da França

























O número de mortos nos atentados em Paris nesta sexta-feira foi multiplicado após a entrada da polícia na casa de shows Bataclan. De acordo com a prefeitura de Paris, somente dentro da boate foram encontrados 100 corpos. O número oficial de vítimas ainda não foi divulgado, mas agências de notícias informam que são 153 mortos. Além do massacre dentro da casa de shows, foram registrados outros seis ataques em Paris e arredores. Há pelo menos sessenta pessoas feridas, a maioria em estado grave.

A polícia invadiu a casa de shows, mas três terroristas que estavam no local não foram mortos pelos policiais. Eles teriam se suicidado ao perceber que a polícia havia entrado no local.

O portal Site, que monitora as atividades dos jihadistas na internet, disse que o grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques. Segundo a diretora do portal, Rita Katz, a revista do Estado Islâmico, a “Dabiq”, escreveu que a França “manda seus ataques aéreos para a Síria diariamente” e que essas ações “matam crianças e idosos”. “Hoje vocês estão bebendo do mesmo cálice”, escreveu a publicação. A informação so Site é reforçada com os relatos de sobreviventes do massacre no Bataclan. Testemunhas afirmaram que os atiradores dispararam contra a multidão gritando "Allahu Akbar" ("Deus é grande").


Em depoimento à AFP, um jovem chamado Louis falou: "Com minha mãe nós conseguimos fugir do Bataclan (...), conseguimos evitar os tiros, havia muitas pessoas pelo chão", contou o jovem. "Os homens chegaram e começaram a atirar no local da entrada", disse. "Eles atiraram contra a multidão gritando 'Allahu Akbar' com os fuzis em punho, eu acho. Eu ouvia eles carregando, o show parou, todo mundo deitou no chão, eles continuavam atirando nas pessoas...minha nossa, foi um inferno", continuou o rapaz, a voz embargada de choro.

"Eu peguei minha mãe, nós estávamos deitados no chão, alguém disse 'eles foram embora', nós saímos por uma saída de segurança, ainda dava para ouvir os tiros quando fomos embora, tivemos que pular os corpos, foi um pesadelo", disse a testemunha, que disse não ter visto os atiradores, apenas "silhuetas quando eles começaram a dar os primeiros tiros".

Brasileiros feridos
O Itamaraty, por meio da assessoria de imprensa, confirmou que dois brasileiros estão entre os feridos dos atentados terroristas em Paris e informou que o Consulado-Geral do Brasil na capital francesa acompanha de perto a situação.

O presidente François Holande mandou fechar as fronteiras do país e considerou este o maior ataque terrorista já registrado na França. "Ataques terroristas sem precedentes estão em curso, temos várias dezenas de mortos. É um horror", disse em pronunciamento.



Também nesta noite explosões foram ouvidas nos arredores do Stade de France, no norte da capital, onde França e Alemanha disputavam um amistoso. Mais de 80 mil estavam no local e muitas foram para o gramado após o fim do jogo. De acordo com informações preliminares, as explosões teriam sido causadas por terroristas suicidas.

O presidente francês reuniu a célula de crise no Ministério do Interior para analisar a situação após os ataques, informou uma fonte oficial à AFP. O chefe de Estado deixou o Stade de France, onde assistia a França x Alemanha, e "atualmente faz um balanço da situação no Ministério do Interior com todos os serviços respectivos", acrescentou a fonte. "Meus pensamentos estão com os parisienses esta noite. Estamos em solidariedade com os franceses", disse Jeremy Corbyn, ministro do trabalho.

Repercussão mundial

O presidente norte-americano Barack Obama foi informado sobre a série de ataques em Paris, informou um alto funcionário da Casa Branca. O presidente foi informado sobre a situação em Paris por Lisa Monaco, assistente presidencial para Segurança Interior e Contraterrorismo", disse o funcionário, que pediu anonimato.

O primeiro-ministro britânico David Cameron também se manifestou e declarou-se "chocado" pelos ataques na noite desta sexta. "Estou chocado pelos eventos desta noite em Paris", escreveu em sua conta no Twitter. "Nossos pensamentos e preces estão com o povo francês. Faremos o possível para judar", disse Cameron.

Estes ataques ocorrem dez meses após os atentados jihadistas de janeiro contra o jornal humorístico Charlie Hebdo e um supermercado judaico em Paris, que deixaram 17 mortos, e foram seguidos de diversos outros ataques ou tentativas.



A França está envolvida há mais de dois anos na coalizão anti-governo islâmico no Iraque, mas começou a fazer ataques contra o grupo Estado islâmico na Síria em outubro.

O país anunciou em 5 de novembro que iria enviar ao longo de dezembro no Golfo seu porta-aviões Charles de Gaulle, uma decisão que seguiu o anúncio americano de uma intensificação dos bombardeios aliados na Síria.
Fonte:Diario de Pernambuco
AFP - Agence France-Presse
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