segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Palestina deseja ser Estado não-membro

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abas, reiterou neste domingo que a resolução para elevar o estatuto da Palestina ao posto de Estado não-membro da Organização das Nações Unidas (ONU) será apresentado ainda em novembro deste ano.

"Vamos às Nações Unidas em novembro de 2012, não em 2013 nem em 2014. Não renunciaremos", declarou em um discurso em Ramala por ocasião do oitavo aniversário da morte de Yaser Arafat, cortando assim especulações sobre um possível adiamento da apresentação por pressão dos Estados Unidos.A representação palestina na ONU anunciou na quinta-feira um projeto de resolução neste sentido.

O negociador palestino Saeb Erakat afirmou no dia 5 de novembro que os palestinos não revisariam sua decisão apesar das "pressões" que sofrem.

"Dissemos aos países que tentam sabotar nossa ação que não buscamos o confronto com os Estados Unidos nem isolar a Israel, sim isolar as colônias e ao ocupante israelense, e afirmar o princípio dos Estados (palestino e israelense)", declarou.

Abas oficializou no dia 27 de setembro na tribuna das Nações Unidas seu pedido de que a Palestina obtenha um estatuto de Estado não-membro na ONU até o final do ano na Assembleia Geral, onde a maioria necessária lhe parece garantida.

Os dirigentes palestinos afirmam querer "salvar a solução de dois Estados" e pedem pela reativação das negociações de paz, interrompidas há mais de dois anos, que se detenha a colonização israelense e o reconhecimento das fronteiras de junho de 1967 como referência nas discussões.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou estas reivindicações e disse querer umas negociações "sem condições prévias", fixando como objetivo o reconhecimento de Israel como "Estado do povo judeu" e a manutenção sob seu controle de uma parte do futuro Estado palestino, exigências rejeitadas pelos palestinos.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, presente na cerimônia, mostrou seu apoio a esta "importante ação para afirmar os direitos dos palestinos sobre sua terra, depois da qual os Territórios palestinos serão considerados como um país ocupado".

O documento enfatiza ainda "a necessidade urgente de retomar e acelerar as negociações" de paz bloqueadas desde setembro de 2010.

Israel anunciou sua intenção de se opor ao projeto palestino, afirmando que ele eliminava as perspectivas de paz.

Segundo uma sondagem realizada em novembro e publicada no domingo, 48% dos palestinos consideram que a gestão na ONU beneficiará a causa palestina, frente a 12,2% que pensam o contrário.

Fonte:AFP - Agence France-Presse


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