As montadoras BMW do Brasil e BMW da Alemanha foram condenadas a pagar indenizações à esposa e à filha do cantor sertanejo João Paulo, morto no dia 12 de setembro de 1997 em um acidente automobilístico. O cantor, que fazia parte da dupla "João Paulo e Daniel", morreu após capotar com o modelo BMW 328 i/A ao sair de um show em São Caetano, no ABC paulista. As empresas condenadas informaram, em nota, que vão recorrer da decisão da 4ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo.
As montadoras alegam que o artista foi imprudente e estava acima da velocidade permitida no momento da tragédia, enquanto a família diz que um defeito no compartimento de combustível do carro foi determinante para a morte da vítima, assim como o estouro do pneu dianteiro do veículo. João Paulo morreu carbonizado após a BMW virar e pegar fogo na Rodovia dos Bandeirantes, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. A perícia não conseguiu demonstrar com precisão a velocidade do carro no momento do acidente.
Segundo a decisão, filha e esposa receberão R$ 150 mil cada. A decisão também determina que Roseni Barbosa dos Santos Reis e Jéssica Renata dos Reis, esposa e filha do cantor, recebam os valores equivalentes a 2/3 dos rendimentos do sertanejo referentes ao período compreendido entre a data da morte do cantor até o aniversário de 25 anos da filha.
Indagado sobre o valor total da indenização, o advogado da família, Edilberto Acácio da Silva, fez as contas: "Algo em torno de R$ 400 milhões, afinal, temos de um lado um famoso cantor que faturava mais de um milhão de reais por mês e, do outro lado, a BMW, que é uma potência mundial e cujo faturamento somente no ano de 2012 foi na ordem de 76,6 bilhões de euros ou R$ 240 bilhões, e essa indenização não irá causar nenhum impacto nos cofres da BMW".
Leia a nota da BMW:
"Sobre a sentença disponibilizada pela 4ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo na data de hoje (29.10), referente ao caso envolvendo o cantor brasileiro José Henrique dos Reis (João Paulo – nome artístico), falecido em acidente de automóvel em setembro de 1997 em um veículo da marca BMW, a BMW do Brasil informa que não concorda com a decisão.
A empresa esclarece que essa é uma decisão de primeira instância e que apresentará recurso de apelação junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo, quando o caso será novamente julgado por um órgão colegiado formado por desembargadores. Como de costume, a BMW do Brasil compromete-se a tratar do assunto com transparência."Fonte:Agência O Globo
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