Neto afirma que quando era policial, seu trabalho era pautado pela violência: “Eu era um homem violento, motivado pelo clamor público e senso de justiça na época”, disse. “Meu objetivo era matar e tirar os criminosos de circulação. Quando cheguei à cadeia, conheci o inferno. Os presos batiam na grade e ficavam agitados com a minha presença”, relata.
Embora tenha cumprido apenas um terço da pena em regime fechado, foi no período em que esteve preso que mudou de vida. Segundo Neto, as visitas que sua mãe fazia a ele, com dificuldade, são recordações doloridas: “Minha mãe me visitava constantemente, com muita luta, sem condições. Magra, cansada, a passos lentos. Aquilo me fazia chorar”, relembra o ex-policial.
Ele detalhou o ambiente da prisão: “Cheiro de gente, de urina, de suor, de perfume, creolina… É difícil descrever. Um calor intenso e, às vezes, quase insuportável… Celas cheias, sem espaço para locomoção ou entrada de ar. Sem falar da vontade de sair, sem poder. O desejo de comer uma comida melhor, ainda que simples… Situações possíveis a quase todos, menos para quem está atrás das grades”, afirma, acrescentando: “Vivi um verdadeiro inferno dentro do presidio. Você pode imaginar! O fato de ter sido policial militar e ir conviver com as pessoas que eu prendi. O mais difícil era conseguir me manter vivo, afinal, recebia ameaças de morte constantemente”.
Nesse período, Neto se esforçou para se comportar bem e contou com incentivo de evangelistas ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD): “Eles me diziam que tinha jeito para minha vida, lembro-me muito bem, afirmavam que se eu colocasse minha fé em Deus, tudo iria mudar. Eu não tinha nada a perder, então, acreditei! Foi assim que consegui o poder de reescrever minha história”.
-->Embora tenha cumprido apenas um terço da pena em regime fechado, foi no período em que esteve preso que mudou de vida. Segundo Neto, as visitas que sua mãe fazia a ele, com dificuldade, são recordações doloridas: “Minha mãe me visitava constantemente, com muita luta, sem condições. Magra, cansada, a passos lentos. Aquilo me fazia chorar”, relembra o ex-policial.
Ele detalhou o ambiente da prisão: “Cheiro de gente, de urina, de suor, de perfume, creolina… É difícil descrever. Um calor intenso e, às vezes, quase insuportável… Celas cheias, sem espaço para locomoção ou entrada de ar. Sem falar da vontade de sair, sem poder. O desejo de comer uma comida melhor, ainda que simples… Situações possíveis a quase todos, menos para quem está atrás das grades”, afirma, acrescentando: “Vivi um verdadeiro inferno dentro do presidio. Você pode imaginar! O fato de ter sido policial militar e ir conviver com as pessoas que eu prendi. O mais difícil era conseguir me manter vivo, afinal, recebia ameaças de morte constantemente”.
Nesse período, Neto se esforçou para se comportar bem e contou com incentivo de evangelistas ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD): “Eles me diziam que tinha jeito para minha vida, lembro-me muito bem, afirmavam que se eu colocasse minha fé em Deus, tudo iria mudar. Eu não tinha nada a perder, então, acreditei! Foi assim que consegui o poder de reescrever minha história”.
Mudança
Ao sair da prisão para um regime semi-aberto, Neto passou a trabalhar como vigilante da Assembleia Legislativa de seu estado, e isso o proporcionou reconstruir sua vida, e voltar a estudar. Em 2011, foi nomeado pelo governo estadual como diretor do presídio de Sapé, a 55 Km de João Pessoa, capital da Paraíba.
Embora criticado, Neto passou a implantar novas formas de trabalho na administração do presídio, e por ser conhecedor das dificuldades da vida no presídio, criou um sistema de qualificação e trabalho para os detentos: “Fui muito criticado por colegas que integram a Segurança, mas, graças a Deus, venho desempenhado meu trabalho com sucesso e isso me fez ser convidado para participar de seminários e palestras no país e até mesmo na Bolívia, abordando o modelo de administração prisional”, revela o agora diretor, em entrevista ao Portal Correio.
A unidade prisional que Neto comanda abriga 168 detentos, embora a capacidade seja de 70. O modelo usado por ele permite que, apesar da superlotação, não hajam rebeliões ou abandono das tarefas: “Há 100% de frequência. Eles estão nos ensinos fundamental e médio e realizam cursos de culinária, pintura, artesanato, horta e confecção de produtos de limpeza. Outro dado importante é que temos o menor índice de reincidência. De 100 presos liberados, apenas dois retornam”, comemora.
Agora, Neto cursa o quinto semestre do curso de Direito, e pretende se tornar advogado na área criminalística: “As autoridades hoje também confiam no meu trabalho. Nosso modelo de gestão prisional tem sido visto como referência, por isso já viajei para vários Estados da Federação para falar do nosso exemplo. Nós somos o único presídio no Brasil onde todos os reeducandos estão na sala de aula. Aprendem artesanato, também confeccionam o material de higiene usado na unidade prisional. Temos vários projetos como o cinema no presídio. Um resultado alcançado graças a muito esforço e apoio dos 34 agentes, que trabalham comigo”, disse ao site Eu Sou a Universal. Fonte: Folha Gospel
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